Palmirinha foi vendida pela mãe antes da fama e sofreu violência

A cozinheira e apresentadora Palmirinha Onofre, que morreu no último domingo (07), era conhecida em todo o país desde os anos 90 quando chegou à TV. Contando suas histórias de vida enquanto cozinhava, ela revelou ter vivido traumas no passado e passou a ser vista com carinho pelos telespectadores dos programas de culinária também devido ao que passou.

Muito próxima do pai, baiano, ela revelou que sofria maus tratos de sua mãe, uma imigrante italiana. Palmirinha tinha quatro irmãos e admitiu que o carinho do pai por ela era maior e que isso era um problema na família. No livro “A Receita da Minha Vida” e em algumas entrevistas, ela contou detalhes do que passou.

“Ele tinha paixão comigo, mas não tinha isso pelos outros filhos. Minha mãe sempre foi muito severa, então aquele carinho que ele queria fazer na minha mãe e não conseguia, ele fazia em mim. Minha mãe ficava com raiva de mim e me maltratava muito”, contou ela, acrescentando que ele a levava onde ia para que ela não apanhasse.

Devido às agressões que sofria, uma francesa a adotou quanto ela tinha 6 anos e prometeu pagá-la para ser sua dama de companhia, mas aos 14 ela voltou para casa devido a morte de seu pai. Dois anos depois, sua mãe a vendeu por por cinco mil réis para um fazendeiro de Bauru (SP) e novos traumas aconteceram na vida da cozinheira.

“Eu entrei na casa e tirei a roupa para tomar banho e dormir para trabalhar no dia seguinte. O homem então estava na cama e eu comecei a gritar”, contou. Salva por uma tia, a cozinheira precisou cuidar de sua mãe e esteve com ela até sua morte.

Com 19 anos ela se casou e sofreu violência doméstica até os 45, quando decidiu se divorciar. “Ele bebia muito, tinha várias amantes e me maltratava muito, mas não maltratava os filhos. Eu achava que se eu me separasse dele, ia prejudicar o casamento das minhas filhas. Aguentei até o fim. Meu sonho era que minhas filhas casassem muito bem e não tivesse o mesmo destino que eu”, completou.

A cozinheira estava internada desde o dia 11 de abril no hospital Alemão Oswaldo Cruz.