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Herança de Zagallo vira briga e ele detona os próprios filhos no testamento

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Lucas Figueiredo - CBF

Mario Jorge Lobo Zagallo, ícone do futebol brasileiro e ex-jogador e técnico da seleção brasileira, deixou explícito em seu testamento o seu descontentamento com três dos seus quatro filhos. Zagallo acusou os filhos Paulo Jorge de Castro Zagallo, Maria Emília de Castro Zagallo e Maria Cristina Zagallo Ballester de tentativa de extorsão e anulação do inventário de sua falecida esposa, Alcina de Castro Zagallo.

No documento, assinado em novembro de 2016, Zagallo expressou o desejo de deixar metade dos bens apenas para o seu caçula, Mario Cesar de Castro Zagallo. O ex-jogador nomeou o filho mais novo como inventariante dos bens e demonstrou estar decepcionado com os outros três herdeiros.

De acordo com a lei brasileira, metade dos bens de uma pessoa deve ser obrigatoriamente destinada aos herdeiros diretos, como filhos e cônjuge. A outra metade pode ser distribuída conforme a vontade do testador. No caso de Zagallo, ele decidiu destinar integralmente os 50% restantes para o seu caçula, enquanto os outros quatro filhos dividiram igualmente a segunda metade da herança.

A motivação por trás dessa decisão é o profundo desapontamento de Zagallo com os três filhos mais velhos, que teriam tentado anular o cumprimento do testamento de sua esposa, Alcina de Castro Zagallo. O ex-jogador alega que essa medida tinha o intuito de privá-lo dos bens da própria esposa.

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O testamento de Alcina foi alvo de disputa judicial, após os três filhos mais velhos acusarem Zagallo de falsidade ideológica por afirmar que a esposa não havia deixado um testamento. No entanto, o documento existia e havia sido redigido por Alcina em 1984. Os herdeiros inicialmente concordaram em nomear o pai como administrador dos bens de Alcina, mas posteriormente voltaram atrás e pediram a anulação do inventário.

No entanto, a Justiça do Rio de Janeiro julgou improcedente a nulidade do inventário, pois o testamento deixado por Alcina determinava explicitamente que Zagallo deveria ficar com a totalidade dos bens imóveis e investimentos. O caso foi arquivado em fevereiro de 2020.

Zagallo faleceu no Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro, vítima de falência múltipla de órgãos decorrente de comorbidades relacionadas à idade avançada. O ex-treinador compartilhava atualizações sobre seu estado de saúde nas redes sociais e já havia enfrentado internações anteriores por infecções urinárias e respiratórias.