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REFORÇA RENDA: Criatividade e empenho ajudam trabalhadores a enfrentar crise financeira
Curso online para várias áreas, de graça, oferecido pela UFMG está com inscrições abertas até domingo (17)
Para muitas famílias, o orçamento doméstico está apertado. Com os preços de produtos essenciais nas alturas é preciso driblar as dificuldades financeiras. Joaquim Januário Filho, de 79 anos, é artesão. Ele fabrica colar, pulseiras e, de um ano pra cá, descobriu mais um jeito de ganhar dinheiro: transformar caixas de leite em sacolas!
“A crise que está aí mas existem muitas formas de se ganhar dinheiro. As pessoas que não se preocupam com isso. Você vê que esse caso meu aqui é um caso inédito. Eu nunca vi uma coisa dessas! Isso aqui se joga fora (caixas de leite).Eu transformo isso em dinheiro!”, afirma Joaquim Januário.
O artesão explica que a sacola que ele produz é feita de caixas de leite de qualquer marca, com costura bem reforçada para suportar até 30 quilos de produtos dentro dela. “E você pode levar para um clube, por exemplo, com alguma bebida que a sacola mantém a temperatura por um tempo”. Joaquim explica que as sacolas têm grande durabilidade, a maior parte é feita sob encomenda e vendidas por R$ 50. Dessa forma, ele consegue complementar a renda de aposentado e se manter sozinho em casa.
Joaquim perdeu dois filhos quando a mulher estava grávida. Em cada parto o bebê morria e a esposa tinha complicações graves de saúde. “Minha esposa morreu de problemas no coração há quase um ano. E esse trabalho de fazer as sacolas também me dá forças para seguir adiante sem ela. Em setembro fizemos 52 anos de casados. Mas, ela estava muito doente com mais de 10 aparelhos ligados ao corpo para manter o coração batendo. Um dia, ela foi internada às pressas e não voltou mais”, conta emocionado.
A dor do luto poderia ter paralisado o Joaquim, mas ele foi atrás de qualificação, buscou uma maneira criativa de trabalhar da habilidade de muitos anos como artesão, que é a costura em máquina. Esta é a mesma finalidade do Curso Intensivo de Preparação de Mão de Obra Industrial (CIPMOI), um projeto de extensão da UFMG, que oferece aulas de graça para a população. O Joaquim não foi aluno do curso, mas recomenda que as pessoas busquem qualificação para melhorar o que já fazem no trabalho porque, para ele, esse é um dos diferenciais para se conseguir enfrentar a crise econômica no país.
QUALIFICAÇÃO DE GRAÇA
De acordo com Daniel Silva, aluno de graduação da Engenharia Civil da UFMG, e um dos coordenadores do CIPMOI, as inscrições para os cursos de mestre de Obras; eletricista instalador predial de baixa tensão; tecnologia da soldagem e desenhista/cadista para construção civil estão com inscrições abertas até este domingo (17). “Os professores dos cursos são alunos da UFMG. As aulas são planejadas para as pessoas que já possuem o conhecimento prático e a experiência de trabalho. Por isso, é preferível que os alunos atuem na área em que desejam ingressar, mas nada impede que cidadãos de outras áreas ou com pouca experiência participem de algum dos cursos oferecidos”, explica.
Ainda de acordo com Silva, as pessoas interessadas em algum dos cursos não precisam comprovar experiência de trabalho na área. “Basta declarar as funções que já foram exercidas ou os cargos ocupados no próprio formulário (que faz parte do processo de inscrição), uma vez que nesses setores é comum que os profissionais sejam autônomos”, reforça Silva. Além das orientações técnicas, cada curso oferece aulas de matemática, informática, comunicação e relações humanas. “Tudo isso é integrado para proporcionar ao aluno a experiência completa no curso que quer ingressar, trabalhando conceitos gerais.
Com a pandemia, o CIPMOI teve que se reinventar e as aulas passaram a ser oferecidas de forma virtual!”, afirma Silva. A carga horária é de 80h, com materiais exclusivos desenvolvidos pelos instrutores. Também, segundo o coordenador, uma plataforma online foi criada para as aulas. “Ao entrar em um dos cursos, os alunos têm acesso a mais de 80 videoaulas, testes, conteúdos para imprimir, avaliações e monitorias online, que ocorrem semanalmente. Estamos estudando, ainda, a viabilidade do retorno do curso presencial, mas não temos nada definido e, portanto, seguimos com o CIPMOI Digital 2022”, completa Silva.
Cada curso, de acordo com os organizadores, tem 50 vagas. “Limitamos esse número para manter a relação aluno-instrutor mais próxima possível, garantindo, assim, um acompanhamento de perto de cada estudante”, afirma Silva. Ainda segundo ele, ao concluir o curso, é dado ao formando um certificado que pode ajudar em um processo seletivo profissional ou na hora de assumir cargos de maior responsabilidade dentro da área de trabalho.
ULTRAPASSA FRONTEIRAS
Os coordenadores do Curso Intensivo de Preparação de Mão de Obra Industrial (CIPMOI) contam que com as aulas online, durante a pandemia, estudantes de 22 cidades de Minas Gerais e outros de sete estados do país e até do exterior, como Moçambique, na África, realizaram o curso no ano passado. “Em 2021 fiz o curso de Mestre de Obras do CIPMOI da UFMG, sendo que no período do curso em algumas aulas, ou até mesmo em monitorias, estava fora onde moro em Anchieta, no Espírito Santo ou Viçosa, em Minas. E, mesmo assim, consegui acompanhar o curso. No dia a dia do meu trabalho, tive uma ajuda muito importante com o projeto que estava executando lá na empresa. O curso me ofereceu uma parte teórica, que eu não tinha”, afirma o mestre de obras, Orlando de Andrade Moutinho.
AINDA DÁ TEMPO!
As inscrições estão abertas para o CIPMOI Digital 2022, vão até domingo (17). Para fazer sua inscrição, é só acessar o link abaixo e preencher o formulário:
Outras informações estão no edital https://drive.google.com/file/d/1KD2BZ0zi8UhGvuKBe8kGqMfGJBeatL3U/view
Para acompanhar todo o Processo Seletivo de alunos e ficar por dentro de tudo, é só nos seguir no Instagram e Facebook na @cipmoi.