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Ciência

Descoberta de asteroide sugere que a vida na Terra tem origens extraterrestres

Compostos analisados revelarem materiais nunca antes vistos em amostras de asteroides

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Terra vista do espaço
Amostras encontradas nunca haviam sido vistas antes | ActionVance / Unsplash

Recentemente, a comunidade científica foi surpreendida pela descoberta de compostos orgânicos em uma amostra do asteroide Bennu. Este achado fortalece a hipótese de que asteroides tiveram um papel crucial na entrega dos blocos de construção da vida à Terra em seus estágios primordiais. Os compostos analisados, além de revelarem materiais nunca antes vistos em amostras de asteroides, trazem possibilidades intrigantes sobre as condições químicas e biológicas presentes no início do sistema solar.

As análises preliminares das amostras do asteroide, coletadas pela missão OSIRIS-REx da NASA, apontaram a presença de água, carbono e outros elementos orgânicos. Este estudo abrangente revelou ainda mais detalhes sobre os compostos presentes, desvendando um panorama químico ainda mais complexo de Bennu, um corpo celeste rico em carbono.

Amostras de Bennu revelaram a presença de aminoácidos, elementos-base para a formação de proteínas, e também nucleobases, componentes essenciais do DNA e RNA. Estes materiais foram detectados em um estado considerado ‘prístino’, sem as contaminações típicas associadas à entrada atmosférica de meteoritos e à sua exposição à Terra.

Além dos aminoácidos, a pesquisa destacou a descoberta de minerais e sais desconhecidos em amostras de asteroides. Dentre eles, destacam-se os fosfatos de sódio e carbonatos, que são fundamentais para o surgimento da vida. A existência de minerais como o trona, nunca observado em asteroides até então, suscita perguntas sobre os processos químicos em Bennu e asteroides semelhantes no sistema solar primitivo.

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A presença de compostos orgânicos e minerais vitais em Bennu indica que esses asteroides funcionavam como enormes fábricas químicas no espaço. Isso sugere que não só poderiam ter levado os ingredientes da vida à Terra, mas também a outros planetas do sistema solar. O estudo das amostras de Bennu oferece uma janela para compreender que tipos de processos químicos ocorreram nos primeiros estágios do sistema solar.

A pesquisa também levanta questões sobre a formação da vida no sistema solar. Embora Bennu contenha as matérias-primas para o surgimento da vida, ela mesma não desenvolveu formas de vida complexas. Hipóteses baseiam-se na possibilidade de que não havia tempo ou condições suficientes para que reações orgânicas mais complexas ocorressem.

Como essas descobertas podem influenciar futuras pesquisas?

A descoberta de água e compostos orgânicos em Bennu proporciona uma base sólida para explorar outros planetas e asteroides em busca de componentes que possibilitem a existência de vida. Missões futuras poderão focar em corpos celestes ricos em salmouras, que são potencialmente habitáveis, à semelhança de Enceladus, a lua de Saturno, já conhecida por conter sódio carbono.

Os pesquisadores esperam que estas descobertas conduzam a novas missões para estudar mais detalhadamente as condições químicas que favorecem a vida e, em última análise, ajudar a responder à pergunta: como a vida começou no universo? Este conhecimento poderá pavimentar o caminho para futuras explorações do cosmos em busca de vida extraterrestre.