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Minas Gerais lidera casos de trabalho escravo no Brasil, aponta ‘lista suja’
Entre os novos nomes adicionados à lista, quatro estão na Região Metropolitana de BH
Minas Gerais lidera o ranking nacional de empregadores com práticas de trabalho análogo à escravidão, segundo atualização da “lista suja” divulgada nesta quarta-feira (9) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O estado concentra 21% dos 745 nomes presentes no cadastro. No total, são 159 empregadores mineiros listados.
A maior parte dos novos registros está ligada a atividades rurais, que representaram 80% dos casos no último ano. Além disso, 18 ocorrências ocupam as atividades domésticas.
No cenário nacional, Minas Gerais manteve a liderança. Em 2024, o estado registrou 165 dos 727 casos de trabalho escravo no Brasil — o que representa 22% do total.
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Região Metropolitana e Centro do estado
Entre os novos nomes adicionados à lista, quatro estão na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com ocorrências em municípios como Nova Lima e Betim. Três dessas inclusões aconteceram nesta última atualização.
Já na Região Central do estado, seis empregadores também passaram a integrar o cadastro entre 2024 e 2025. Os casos foram identificados em cidades como Ouro Preto, Mariana, Rio Casca e São João del Rei.
A “lista suja” foi criada em 2003 e é um dos principais instrumentos de combate ao trabalho escravo no país. Nela, só entram nomes de pessoas físicas ou jurídicas após o encerramento do processo administrativo, com decisão definitiva e sem possibilidade de recurso.
Fiscalizações
As ações de fiscalização são conduzidas por auditores-fiscais do trabalho. Ao identificarem situações de exploração, eles lavram um auto de infração, que dá início ao processo administrativo. Se for comprovada a irregularidade e o empregador não conseguir reverter a acusação, ele é incluído na lista.
Como denunciar?
Denúncias de trabalho análogo à escravidão podem ser feitas de forma remota e sigilosa por meio do Sistema Ipê, criado em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A ferramenta funciona desde 2020 e pode ser acessada por qualquer cidadão.