Ciência
Picada de carrapato paralisa influenciadora
Maria Palen perdeu os movimentos das pernas e enfrenta longa recuperação após infecção rara nos EUA
A influenciadora digital Maria Palen, de 31 anos, teve a vida virada do avesso após complicações severas provocadas por uma picada de carrapato. A doença derrubou sua saúde física e financeira. Formada em engenharia química e adepta de uma rotina de treinos e alimentação regrada, ela teve que reaprender a andar após perder os movimentos da cintura para baixo, em outubro de 2024.
A primeira suspeita surgiu com dores difusas no corpo e cansaço extremo. Em pouco tempo, o quadro evoluiu para formigamento nas pernas e, em seguida, paralisia. “As pernas foram adormecendo aos poucos, primeiro a esquerda, depois a direita, até a dormência subir até o umbigo”, relatou Maria.
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Os exames revelaram infecção por Babesia, parasita transmitido por carrapatos que destrói glóbulos vermelhos e pode ser fatal. Durante uma viagem da Califórnia ao Texas, a situação se agravou: Maria perdeu a capacidade de urinar e foi levada ao hospital, onde recebeu o diagnóstico de mielite transversa — inflamação na medula espinhal com possível ligação à Doença de Lyme.
Com apenas 33% de chance de recuperação parcial ou total, ela passou por internações, sessões intensas de reabilitação e hoje realiza fisioterapia em casa. Os médicos ainda não conseguiram apontar com precisão a causa do colapso neurológico que atingiu seu sistema nervoso central.
Sem conseguir trabalhar e com os gastos médicos acumulando, Maria precisou retornar à casa dos pais e depende de uma vaquinha virtual organizada por uma amiga para bancar os tratamentos. “Em 2024, senti tanta dor que não conseguia nem segurar o celular. Meu polegar estava tão inflamado que era impossível bloquear a tela”, contou.
A influenciadora, que soma mais de 20 mil seguidores no Instagram, usa as redes para documentar a dura rotina de reabilitação e alertar sobre os riscos da babesiose — infecção que tem avançado nos EUA, principalmente no Nordeste e Centro-Oeste do país. Segundo as autoridades de saúde, o crescimento dos casos preocupa e o diagnóstico precoce ainda é um desafio para muitos profissionais.