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Polícia Civil investiga vereador por injúria racial contra Presidente da Câmara de Guapé
Vereadora registrou um boletim de ocorrência sobre o caso. e a Polícia Civil abriu um inquérito para apurar os fatos.
A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar um crime de injúria racial cometido por um vereador contra a presidente da Câmara Municipal de Guapé, no sul do estado, na última segunda-feira (1º).
Durante a sessão da Câmara, o vereador Thiago Sávio (PV) teria ofendido a vereadora Elizabete Florêncio (PT), dizendo: “Esse discursinho de preta. A senhora não gosta de branco? Qual é o seu problema contra o branco?”
Após o episódio, Elizabete registrou um boletim de ocorrência. O Delegado da Polícia Civil Alexandre Boaventura, responsável pelo inquérito, disse que as investigações vão analisar as imagens para verificar o episódio e alertou para o limite da quebra de decoro parlamentar. “A partir de agora vamos pegar as imagens completas da sessão para que a gente entenda o contexto e a forma que tudo aconteceu e verificar um eventual exagero ou crime cometido por quem seja. Precisamos ressaltar que os vereadores têm imunidade com suas palavras, opiniões e votos no município em que vivem. Mas ela não é absoluta. Ela tem que ser compatível com o exercício da função. Além disso, existe uma nova lei que combate a violência política contra mulheres e, principalmente, quando praticados em decorrência do gênero, cor ou outras formas de vulnerabilidade”, disse o delegado.
Para nossa reportagem, a vereadora disse que não foi a primeira agressão verbal de Thiago para ela e que, agora, ela espera que ele seja punido. “Essa situação estava desenhada. Outras agressões verbais direcionadas a mim na câmara foram feitas. Então era questão de tempo. Quando eu falo da minha condição de mulher negra e mãe solteira ele me ataca, desdenhando do meu discurso. Agora fico esperando que a Justiça faça sua parte”, concluiu Elizabete.
Em contato com o vereador, que possui outros dois pedidos de cassação na casa, ele disse que não atacou a vereadora por sua cor ou gênero, mas apenas se defendeu de ataques. “O que eu fiz durante a minha fala, visto que a Elizabete se dirigiu a mim e não eu a ela, é me defender. Eu disse a ela que não faz diferença a sua cor porque nunca a julguei por isso. Não usei o termo de forma pejorativa. Eu não a julgo ou discrimino pelo fato dela ser preta, a régua do meu julgamento com ela é a moral”, disse o vereador.
A Câmara de vereadores informou que está se reunindo para analisar os próximos passos e providências sobre o caso.