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Advogado acusado de matar companheira ao jogá-la do 8º andar em BH será julgado por júri popular

TJMG confirmou que o caso, antes tratado como suicídio, será analisado como homicídio triplamente qualificado

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Advogada Carolina da Cunha Pereira França Magalhães foi encontrada morta após queda do 8º andar, em 2022, no bairro São Bento, em BH
Advogada Carolina da Cunha Pereira França Magalhães foi encontrada morta após queda do 8º andar, em 2022, no bairro São Bento, em BH

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou que o advogado Raul Rodrigues Costa Lages será julgado por júri popular pela morte da também advogada Carolina da Cunha Pereira França Magalhães. A medida, publicada nesta segunda-feira (21), foi assinada pela juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza, do 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte.

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A magistrada afirmou que há indícios suficientes para levar o réu a julgamento. Segundo ela, as provas apresentadas sustentam a autoria e a materialidade do crime.

“Há suporte probatório que autoriza o julgamento pelo Tribunal do Júri, órgão competente para apreciar o conjunto de provas e proferir o veredicto definitivo”, destacou.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) acusa Raul Lages de homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, por dificultar a defesa da vítima e por feminicídio. Conforme o órgão, o crime foi motivado pelo sentimento de posse e pelo inconformismo do réu com o fim do relacionamento.

Na noite de 8 de junho de 2022, no bairro São Bento, em Belo Horizonte, o advogado teria agredido e jogado Carolina do 8º andar do prédio em que os dois moravam. Um vizinho encontrou o corpo na área de lazer após ouvir o barulho da queda.

Embora o caso tenha sido inicialmente tratado como suicídio, a investigação apontou contradições na versão do réu. Raul afirmou estar no elevador no momento da queda, mas o laudo de cronologia mostrou que ele permaneceu no apartamento por cerca de quatro minutos após o corpo atingir o solo.

Além disso, vizinhos e o porteiro relataram não ter ouvido gritos, o que reforça a hipótese de que Carolina estava desacordada. Testemunhos e provas documentais revelaram ainda violência psicológica, física e financeira cometida por Raul durante o relacionamento.

Mesmo com a decisão, a juíza permitiu que o advogado responda em liberdade. Após a análise de possíveis recursos, o processo será redistribuído para um dos Tribunais do Júri de Belo Horizonte.

Relembre o caso

A advogada Carolina da Cunha Pereira França Magalhães, de 40 anos, foi encontrada morta por volta das 23h de 8 de junho de 2022. Segundo o MPMG, ela foi agredida e arremessada do apartamento. Após a queda, o réu tentou sair do local e só retornou quando outras pessoas se aproximaram, o que levantou suspeitas.

Carolina não morava oficialmente com Raul e deixou dois filhos de um relacionamento anterior.