Criminosos lançaram explosivos usando drones contra agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) durante operação no Rio de Janeiro. Crédito: Reprodução/ Redes Sociais
Moradores de bairros próximos aos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, sofreram com balas perdidas desde o início da manhã desta terça-feira (28), durante uma grande operação das forças de segurança. A cabeleireira Kelma Rejane Magalhães Chaves, de 50 anos, foi baleada enquanto treinava na academia.
Imediatamente, o marido de Kelma Rejane Magalhães Chaves a levou para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, onde ela recebeu atendimento e teve alta poucas horas depois.
Além dela, uma pessoa em situação de rua recebeu ajuda de Júlio César Gomes, que voltava do trabalho e encontrou a vítima ferida. “Ele me pediu ajuda porque eu o conheço, é morador de rua. Disse que levou um tiro nas costas. Perguntei se conseguia subir na moto e o levei até o hospital”, relatou Júlio ao g1.
Pouco depois, um terceiro homem, atingido no pé, foi levado ao hospital e logo recebeu alta. Por fim, um quarto ferido, encontrado em um ferro-velho da região, chegou à unidade de saúde em um carro da Polícia Civil.
Ao menos 64 pessoas morreram – sendo 4 delas policiais – e 81 foram presas durante megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Os confrontos entre policiais e criminosos começaram nas primeiras horas da manhã, e várias residências sofreram impactos de disparos. Em Olaria, um morador contou que um projétil atravessou a janela do 11º andar de seu apartamento, na Rua Paranapanema. “Foi aterrorizante. Uma das ruas mais movimentadas do bairro”, disse ele.
Na Penha, uma bala quebrou o vidro do banheiro e atingiu a geladeira. “Minha filha estava no banheiro com meu irmão quando o tiro acertou o vidro. Por pouco não aconteceu uma tragédia”, relatou a moradora. Além disso, um carro que passava pela Linha Amarela sofreu danos no para-brisa. “Foi um susto que não desejo nem ao meu pior inimigo”, disse o motorista.
Enquanto isso, em Inhaúma, outro morador acordou com um disparo atravessando a janela de sua casa: “Acordei com o barulho da bala entrando pela janela”. Durante a operação, criminosos lançaram explosivos usando drones contra agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a tropa de elite da Polícia Civil. Felizmente, ninguém se feriu.
Além disso, mais de dez linhas de ônibus tiveram que alterar seus trajetos na Penha e no Complexo do Alemão, informou o Rio Ônibus. Por isso, moradores enfrentaram atrasos e mudanças em suas rotas habituais.
A Secretaria de Segurança Pública afirmou que planejou a operação com base em informações de inteligência e que pretende conter o avanço do Comando Vermelho em diferentes regiões do estado. Consequentemente, a ação busca reduzir confrontos futuros e proteger a população da Zona Norte.
