Filho de professora era viciado em apostas online antes do crime
A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu, nessa última terça-feira (16), o inquérito que investigava o assassinato da professora Soraya Tatiana, de 56 anos, morta pelo próprio filho, Matteos França Campos, de 32 anos. O acusado foi indiciado por feminicídio, fraude processual e ocultação de cadáver. Caso condenado, poderá cumprir até 60 anos de prisão.
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Segundo a investigação, o crime ocorreu no dia 18 de julho deste ano, no apartamento onde mãe e filho moravam no bairro Santa Amélia, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. A discussão entre os dois teria sido motivada por dívidas acumuladas por Matteos, estimadas em R$200 mil, incluindo empréstimos, cartão de crédito e apostas on-line.
A delegada responsável pelo caso, Ana Paula Rodrigues de Oliveira, detalhou que o acusado agia de forma fria. “Ele fazia apostas online antes e depois do crime, tentando ostentar para amigos que tinham mais dinheiro”, afirmou. Conforme a investigação, Matteos buscava manter um estilo de vida acima das condições, influenciado por amigos com maior poder aquisitivo.
Segundo a Polícia Civil (PC), Matteos sabia que a mãe possuía investimentos de aproximadamente R$110 mil, além de salário e carro superiores aos dele, o que pode ter levado à premeditação do crime. Pouco antes da discussão, Soraya teria passado cerca de 45 minutos ao telefone com uma instituição financeira questionando valores cobrados do cartão, usado pelo filho sem autorização.
Durante o conflito, Matteos teria sofrido um surto e asfixiado a mãe. O corpo de Soraya foi encontrado no dia 20 de julho, sob um viaduto na avenida Adélia Issa, no bairro Conjunto Caieiras, em Vespasiano, Região Metropolitana de Belo Horizonte. A vítima estava parcialmente coberta por um lençol, vestindo apenas a parte de cima da roupa. Não foi confirmado que houve abuso sexual.
Matteos foi preso após a polícia identificar contradições em seu depoimento e localizar imagens que mostravam o carro da vítima se dirigindo ao local onde o corpo foi encontrado. Além disso, manchas de sangue foram detectadas no porta-malas do veículo, refutando a versão de que ele permanecera na garagem desde o desaparecimento da mãe. O acusado chegou a comparecer ao velório, onde teria chorado sobre o caixão, antes de confessar o crime.