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Cidades

Nikolas Ferreira diz que “não precisou de votos”, mas lhe faltaram 801 em BH

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Divulgação - Nikolas Ferreira

O deputado federal mais votado da história de Minas Gerais e o mais votado do Brasil em 2022, Nikolas Ferreira (PL) teria perdido seu mandato de vereador se não tivesse disputado a eleição para a Câmara Federal.

O TSE considerou várias candidaturas do partido pelo qual ele disputou a eleição de vereador em 2020 como fraudulentas, anulando os votos de toda chapa.

No Twitter, Nikolas disse que não perderia seu mandato porque “não precisei de nenhum voto da minha chapa, graças a Deus, fiz minha própria cadeira”. A informação, porém, não está correta.

Uma matéria do site Moon BH de maio de 2022, quando Nikolas já tinha anunciado que sairia de seu partido e corria o risco de perder seu mandato por infidelidade partidária, mostra que a única vereadora da capital “dona de seu próprio mandato” era Duda Salabert.

Todos os outros 40 eleitos precisaram do coeficiente eleitoral, que em 2020 foi de 30.189 votos. Segundo vereador mais votado da capital, Nikolas teve naquele ano um total de 29.388 votos. Isso representa 801 a menos do que o coeficiente.

Ou seja, se ele fosse o único candidato do partido naquela eleição, não teria sido eleito. Foi porque o partido somou seus votos com o dos outros candidatos não eleitos.

O que é coeficiente eleitoral? (resumo simples)

Ao final de uma eleição, contabilizam o total de votos válidos e se divide pelo número de cadeiras disponíveis nas câmaras municipais, estaduais e federais. Em 2020, em BH, o coeficiente foi de 30.189. Isso quer dizer que a cada vez que o partido conseguisse somar essa quantidade de votos, ganharia direito a uma vaga de vereador.

Por isso a Constituição reconhece que os mandatos de vereadores e deputados pertence ao partido, já que muitos candidatos não seriam eleitos sem a soma de votos dos derrotados. Veja o vídeo de 1 minuto explicando:

Nikolas Ferreira virou puxador de votos em 2022

Em 2022 o jogo virou e o deputado entrou para o grupo dos puxadores de votos. Assim como Tiririca, Celso Russomano e Eduardo Bolsonaro, que já foram os deputados mais votados do país, Nikolas elegeu vários colegas.

Como ele teve muito mais votos do que o necessário, sua ‘sobra’ ajudou a eleger outros candidatos do partido.