Um acordo entre deputados de diferentes espectros políticos marcou o encerramento dos casos em análise pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. No total, 22 casos foram julgados, envolvendo tanto parlamentares governistas quanto seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O desfecho dessas investigações foi a fase preliminar, na qual as acusações são aceitas ou rejeitadas. Nenhum dos casos avançou para a etapa seguinte. Todos foram arquivados logo no início do processo.
Entre os deputados da esquerda, representantes do PT, PSol e PCdoB foram alvos das ações arquivadas, totalizando 10 parlamentares. Do lado bolsonarista, nove deputados do PL também foram investigados e saíram ilesos.
Desde o início das representações apresentadas pelos adversários políticos, ficou evidente um grande acordo entre os deputados. Membros de ambos os lados votaram a favor do arquivamento das acusações contra seus rivais.
Dois dos mais radicais bolsonaristas, Carla Zambelli (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG), conseguiram escapar do Conselho de Ética graças ao voto favorável do petista Washington Quaquá (RJ), que propôs uma anistia geral, beneficiando ambas as partes.
Até mesmo Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, conseguiu evitar ser julgado por quebra de decoro, graças aos votos de duas deputadas do PT, Jack Rocha (ES) e Ana Paula Lima (SC). O parlamentar havia sido acionado por ter proferido insultos a um deputado do próprio PT, Marcon (RS).
Deputados do PL, como Cabo Gilberto Silva (PB), votaram repetidamente para arquivar acusações contra deputados do PT e PSol. Em dezembro, outras sete representações chegaram ao conselho, mas serão analisadas somente em 2024.
É por isso que o deputado e vice-presidente do PT, Quaquá, que chamou Nikolas Ferreira de “viadinho” e deu um tapa na cara de outro parlamentar, deve sair ileso do processo e não será cassado.