
Microrganismo raro, que sobrevive com pouca alimentação, foi encontrado apenas em salas limpas na Flórida e na América do Sul. Crédito: NASA
Cientistas enfrentam um desafio: muitas bactérias permanecem invisíveis aos métodos tradicionais de laboratório. Em 2013, pesquisadores identificaram a Tersicoccus phoenicis em salas limpas de montagem de espaçonaves, levantando dúvidas sobre a eficácia dos protocolos de esterilização.
Um estudo publicado na Microbiology Spectrum revelou que a bactéria entra em hibernação profunda, tornando-se praticamente indetectável, mas permanecendo viva. Por isso, especialistas alertam para o risco teórico de microrganismos terrestres contaminarem missões espaciais caso não sejam totalmente eliminados antes do lançamento.
Mesmo com filtros de ar e agentes esterilizantes, algumas bactérias conseguem resistir graças a estratégias especiais:
Além disso, a Tersicoccus phoenicis sobrevive longos períodos sem nutrientes e escapa de métodos convencionais de detecção. Por isso, pesquisadores destacam que outros microrganismos resistentes podem se esconder não apenas em setores aeroespaciais, mas também em hospitais, laboratórios de alimentos e indústrias farmacêuticas.
Agências espaciais adotam medidas rigorosas para prevenir contaminações:
Apesar desses esforços, a adaptação bacteriana ocorre continuamente. Portanto, especialistas reforçam a necessidade de atualizar técnicas e manter colaboração internacional.
Além disso, pesquisadores reconhecem que eliminar todas as bactérias em salas limpas é inviável. A resistência adaptativa torna inevitável a presença de microrganismos. Por isso, a detecção contínua e novos métodos de esterilização permanecem essenciais para proteger missões espaciais e preservar a integridade científica.
À medida que a humanidade monta bases na Lua, planeja viagens tripuladas a Marte e envia sondas a destinos distantes, o controle microbiano torna-se cada vez mais crucial. O estudo de bactérias como a Tersicoccus phoenicis evidencia lacunas no conhecimento sobre resistência microbiana e reforça a necessidade de inovação constante, rigor científico e colaboração global.