Ciência

Bactéria da NASA que entra em dormência desafia espaçonaves

Cientistas enfrentam um desafio: muitas bactérias permanecem invisíveis aos métodos tradicionais de laboratório. Em 2013, pesquisadores identificaram a Tersicoccus phoenicis em salas limpas de montagem de espaçonaves, levantando dúvidas sobre a eficácia dos protocolos de esterilização.

Um estudo publicado na Microbiology Spectrum revelou que a bactéria entra em hibernação profunda, tornando-se praticamente indetectável, mas permanecendo viva. Por isso, especialistas alertam para o risco teórico de microrganismos terrestres contaminarem missões espaciais caso não sejam totalmente eliminados antes do lançamento.

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Estratégias de sobrevivência da bactéria

Mesmo com filtros de ar e agentes esterilizantes, algumas bactérias conseguem resistir graças a estratégias especiais:

  • Formam esporos, protegendo o DNA contra calor, radiação e químicos;
  • Entram em dormência, fingindo-se de mortas até que o ambiente se torne favorável.

Além disso, a Tersicoccus phoenicis sobrevive longos períodos sem nutrientes e escapa de métodos convencionais de detecção. Por isso, pesquisadores destacam que outros microrganismos resistentes podem se esconder não apenas em setores aeroespaciais, mas também em hospitais, laboratórios de alimentos e indústrias farmacêuticas.

Monitoramento e combate

Agências espaciais adotam medidas rigorosas para prevenir contaminações:

  • Monitoram constantemente superfícies e equipamentos;
  • Usam tecnologias avançadas, como detecção por DNA e análise molecular;
  • Intensificam a esterilização, combinando calor, produtos químicos, radiação e luz ultravioleta;
  • Desenvolvem protocolos que despertam bactérias dormentes para eliminá-las.

Apesar desses esforços, a adaptação bacteriana ocorre continuamente. Portanto, especialistas reforçam a necessidade de atualizar técnicas e manter colaboração internacional.

Além disso, pesquisadores reconhecem que eliminar todas as bactérias em salas limpas é inviável. A resistência adaptativa torna inevitável a presença de microrganismos. Por isso, a detecção contínua e novos métodos de esterilização permanecem essenciais para proteger missões espaciais e preservar a integridade científica.

À medida que a humanidade monta bases na Lua, planeja viagens tripuladas a Marte e envia sondas a destinos distantes, o controle microbiano torna-se cada vez mais crucial. O estudo de bactérias como a Tersicoccus phoenicis evidencia lacunas no conhecimento sobre resistência microbiana e reforça a necessidade de inovação constante, rigor científico e colaboração global.

Yasmin Oliveira

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