Ciência

Cobra de duas cabeças nasce nos EUA e vira atração

Um criadouro de répteis em Berkeley, Califórnia, revelou o nascimento de uma cobra-real-californiana (Lampropeltis getula californiae) com duas cabeças completamente funcionais. Batizadas de Zeke e Angel, as cabeças compartilham o mesmo corpo, mas disputam controle sobre os movimentos. O caso é considerado extremamente raro, ocorre em aproximadamente um em cada 100 mil nascimentos e foi divulgado seis meses após o nascimento do animal.

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O réptil nasceu no East Bay Vivarium, um dos mais antigos centros de criação de répteis nos Estados Unidos. O exemplar apresenta policefalia, uma anomalia genética que impede a separação completa de dois embriões durante o desenvolvimento. O corpo possui um único coração, um estômago e uma coluna vertebral fundida, mas ambas as cabeças possuem olhos ativos, coordenação e reações autônomas.

Apesar do frenesi nas redes sociais, os donos do vivário descartam qualquer possibilidade de venda do animal. “São duas cabeças brigando por um só corpo”, escreveu a equipe do criadouro em uma das postagens. Segundo os cuidadores, a cabeça menor comanda a maioria dos movimentos, enquanto a maior se encarrega da alimentação. Um vídeo divulgado mostra a diferença de comportamento entre as duas durante o oferecimento de uma presa congelada.

A equipe também relata que o animal é dócil, não morde e costuma interagir com os visitantes. Mesmo com grande interesse de colecionadores, o vivário insiste em mantê-lo sob observação. A cobra pode ser visitada em horários específicos, com acesso a um espaço reservado para descanso. Confira vídeo:

De acordo com a veterinária Alaina Macdonald, da Universidade de Ontário, a condição se forma nos estágios iniciais da gestação. “A separação incompleta dos embriões gêmeos resulta em estruturas duplicadas”, afirmou ao site do Museu do Condado de County. O fenômeno depende de condições ambientais e genéticas extremamente específicas.

A cobra-real-californiana, apesar da aparência imponente, não é venenosa e vive em áreas urbanas, florestas e regiões áridas do estado. Reconhecida por suas listras escuras e claras, a espécie pode atingir até 1,2 metro de comprimento. Zeke e Angel já se tornaram símbolo da complexidade da vida animal e, para os responsáveis pelo criadouro, são também uma oportunidade educativa. “Queremos que as pessoas deixem de lado preconceitos e conheçam mais sobre os répteis e seu papel no mundo”, disse o diretor do centro, Blanchard, ao site CNET.

MARIA LUÍZA AMORIM MENDES

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