A astronomia frequentemente nos surpreende com descobertas que desafiam nossas noções sobre o cosmos. Recentemente, um grupo de pesquisadores encontrou galáxias misteriosas apelidadas de ‘galáxias UFO’, que se destacam no céu noturno como discos vermelhos e incandescentes. Tal achado só foi possível graças às capacidades avançadas do Telescópio Espacial James Webb (JWST) da NASA, que identificou 56 dessas ‘Ultra-red Flattened Objects’ que eram invisíveis para telescópios mais antigos, como o Hubble.
Essas galáxias, localizadas a cerca de um milhão de anos-luz da Terra, estavam escondidas por densas nuvens de poeira e detritos, que mascaravam a luz de suas estrelas internas. No entanto, a tecnologia de detecção de luz infravermelha do JWST revelou sua presença espetacular, permitindo aos cientistas um vislumbre do que anteriormente estava fora do nosso alcance visual.
As galáxias UFO parecem semelhantes à Via Láctea em tamanho e forma, mas são significativamente mais ‘empoeiradas’. Sua aparência vermelha intrigante é uma consequência de emitirem baixa luz visível, sendo a maioria da radiação emitida na forma de infravermelho, algo que o olho humano dificilmente consegue perceber. Justus Gibson, líder do estudo, destacou como essa descoberta sugere uma compreensão anterior limitada do universo.
As galáxias UFO possuem cerca de 50 vezes mais poeira que a nossa própria galáxia. Os cientistas ainda estão desvendando os motivos para tal acúmulo de poeira. Uma das teorias refere-se à maneira como a gravidade não consegue aglomerar toda a matéria de uma galáxia jovem em planetas e estrelas bem definidos, deixando para trás uma abundância de poeira e detritos.
A descoberta das galáxias UFO foi facilitada pelo uso de simulações de computador, emuladores de redes neurais e modelos matemáticos, ajudando a delinear as formas dessas gigantes vermelhas. Os pesquisadores identificaram esses objetos através de variações nos gradientes de luz vermelha e infravermelha, bem como por medições semelhantes de galáxias próximas, mais luminosas e azuis.
Essas galáxias desafiam teorias vigentes sobre a formação galáctica. Enquanto as galáxias UFO indicam que a gravidade pode não formar planetas e estrelas de maneira ordenada, uma descoberta paralela de ‘Monstros Vermelhos’ – galáxias massivas de luz vermelha – sugere que galáxias podem ter se formado muito antes do que se calculava. Ambas as descobertas, realizadas por equipes internacionais, abrem novas possibilidades para a compreensão do cosmos e sugerem que há muito mais para se aprender sobre a evolução das galáxias no universo.