
Parceria entre Dadosfera e UFMG cria tecnologia de IA para simplificar o acesso aos dados do SUS e aproximar a população das informações de saúde
A Dadosfera, startup de inteligência artificial e análises avançadas sediada em Belo Horizonte, firmou uma parceria inédita com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para criar uma tecnologia que promete transformar o acesso às informações do DataSUS. A ferramenta funciona como um “ChatGPT do SUS”, permitindo que qualquer pessoa faça perguntas em português e receba respostas diretas, sem navegar por planilhas complexas.
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Além da UFMG, a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) também integra o projeto, que conta com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e do Sebrae. Juntos, os dois órgãos financiam cerca de 65% do investimento total, estimado em R$ 1 milhão. O desenvolvimento terá duração de 12 meses, e os primeiros protótipos devem ficar prontos em até seis meses.
O DataSUS reúne milhões de registros sobre internações, medicamentos, tratamentos e indicadores de saúde. Apesar de público, o sistema exige conhecimento técnico para ser consultado. Por isso, o projeto busca traduzir essa complexidade para uma linguagem acessível, aproximando a população de informações fundamentais.
Segundo Marcos André Gonçalves, professor do Departamento de Ciência da Computação da UFMG e coordenador da iniciativa, a plataforma não vai integrar todo o acervo do SUS de imediato. No começo, as pesquisas devem se concentrar em bases relacionadas a fármacos e tratamentos.
“Mais do que volume, importa que o sistema consiga responder de forma clara e compreensível para qualquer usuário”, afirma.
Fundada em 2019, a Dadosfera já atende empresas como Afya, Boston Scientific, CCAA, Atlético Mineiro e SBM Offshore. O COO e sócio da startup, Brian Zaki, explica que a empresa combina tecnologia SAS e serviços especializados para organizar dados e automatizar processos. Para ele, participar da criação do “ChatGPT do SUS” representa ir além do negócio.
“O Brasil tem uma das maiores bases públicas de saúde do mundo. Torná-la acessível e gerar benefícios reais para pesquisadores, profissionais, jornalistas e famílias é uma oportunidade de impacto social direto”, destaca.
A tecnologia será desenvolvida inicialmente em uma infraestrutura compartilhada entre UFMG e Dadosfera. No entanto, o plano é ampliar o acesso no futuro, disponibilizando a plataforma para a sociedade e para empresas interessadas em explorar dados de saúde com mais autonomia.
Com uma abordagem em linguagem natural, o sistema deve simplificar pesquisas e democratizar informações antes restritas a especialistas.