Depois de 20 dias de interrupção a pedido de quase todos os clubes, o Campeonato Brasileiro voltou a ser disputado no último fim de semana. E a rodada foi marcada por alguns resultados inesperados e as velhas reclamações contra a arbitragem.

Me chamou a atenção o fato de apenas dois mandantes terem vencido: São Paulo, que bateu o Cruzeiro por 2 a 0, no Morumbi, mesmo sem apresentar bom futebol; e Fortaleza, com um econômico 1 a 0 sobre o Athletico-PR, no Presidente Vargas.

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E também os empates de Fluminense e Atlético, que jogaram em casa, com Juventude e Bahia, respectivamente, ambos por 1 a 1. O atual campeão da América pode não estar em sua melhor versão, mas diante de uma equipe que veio da Série B, com orçamento muito menor e que teve de ficar sem treinar em função do desastre climático, era de se esperar que saísse com os três pontos. A falha do goleiro Fábio, porém, não deixou.

Já o Galo voltou a jogar em rotação abaixo da considerada ideal, principalmente no primeiro tempo. No segundo, abriu o marcador em cobrança de falta de Hulk, mas não conseguiu segurar a vantagem, sofrendo gol de Ademir em falha de marcação do sistema defensivo.

Ainda não entendi a opção de Gabriel Milito em escalar Gustavo Scarpa na esquerda, sendo que ele sempre rendeu mais pela direita. Sei que o grupo alvinegro está pequeno depois da saída de atletas, mas me parece mais plausível atuar com dois zagueiros e com Battaglia mais adiantado, dando liberdade para Guilherme Arana atuar como meia-atacante pela esquerda e o ex-jogador do Palmeiras fazendo o mesmo do outro lado.

Agora, com Arana na Seleção Brasileira e Alan Franco na Equatoriana, o cobertor atleticano ficará ainda mais curto. Que o treinador argentino encontre uma solução rapidamente ou pode ver o título brasileiro ficar inalcançável.

Mas a grande surpresa da rodada foi a goleada por 6 a 1 do Flamengo sobre o Vasco. Que o elenco rubro-negro é muito melhor que o do cruz-maltino não há discussão, mas não a ponto de impor um resultado como o de domingo. Era o que eu pensava até domingo. Estava errado.

Fiquei imaginando o que passa pela cabeça do técnico Álvaro Pacheco desde o fim da partida. O português viu no convite do Vasco uma chance de seguir o caminho trilhado pelos compatriotas Jorge Jesus e Abel Ferreira. Porém, se não tirar um coelho da cartola logo, pode ter o destino de outros lusitanos que não obtiveram sucesso por aqui, como Vítor Pereira, que só durou três meses no Flamengo, ou Paulo Bento, cuja passagem pela Toca da Raposa II foi de apenas 75 dias.

TORCIDA POR VINI

Bicampeão da Liga dos Campeões com o Real Madrid, Vinícius Júnior foi eleito o melhor jogador da edição 2023/2024 da competição. Também foi o único brasileiro a figurar na seleção do torneio. Agora, fica a expectativa para que seja eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa.

Torço muito para que isso ocorra, apesar de não gostar de premiações individuais em esportes coletivos. O motivo do meu apoio é não só o que o jogador tem feito dentro de campo, mas principalmente o que tem feito fora dele, se engajando em campanhas contra o racismo, esse odioso costume que mancha as sociedades, inclusive algumas que julgávamos “de primeiro mundo”, além de apoiar jovens carentes no Rio.

Que ele siga no bom caminho, arrebentando nos gramados e usando o sucesso no futebol para conscientizar as pessoas que não há espaço para discriminação no mundo. E servindo de exemplo para as novas gerações.

Paulo Galvão

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