Atlético e Cruzeiro fizeram o primeiro clássico na nova casa alvinegra, a Arena MRV. Em campo, o jogo foi fraco tecnicamente, por os atleticanos não conseguirem impor sua maior qualidade, enquanto os cruzeirenses superaram as próprias limitações e ainda contaram com um gol contra de Jemerson para sair com os três pontos, importantíssimos para se afastar da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.

É impressionante a dificuldade que o time celeste tem para marcar gols. Desta vez ao menos finalizou a gol, o que não havia feito em outra vitória apertada, o 1 a 0 sobre o São Paulo, pela 12ª rodada, quando não acertou o alvo nenhuma vez durante os quase 100 minutos de bola rolando – o gol da vitória também foi contra na ocasião, marcado pelo experiente lateral Rafinha.

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Com 25 gols marcados em 27 jogos, o Cruzeiro tem o pior ataque do Brasileiro. Fica atrás até mesmo do América e do Coritiba, que já estão praticamente rebaixados, e também de Goiás e Vasco, que brigam para não cair.

Já o Atlético depende demais da dupla formada por Paulinho e Hulk. Eles marcaram 47 dos 72 gols marcados pela equipe em 2023, além de terem contribuído com 16 assistências. Ou seja, participaram diretamente de 87,5% dos gols alvinegros na temporada.

São jogadores de muita qualidade e, por isso, recebem atenção especial dos adversários. Seria bom para o Galo que outros atletas aproveitassem os espaços quando ambos “puxam” a marcação, mas isso não tem acontecido.

Assim, o time patina na briga por vaga direta na Copa Libertadores de 2024. O próprio técnico Luiz Felipe Scolari admite que a equipe “vai sofrer para chegar (à zona de classificação)”. Resta trabalhar para melhorar o aproveitamento nesta reta final de Brasileiro.

A se lamentar no maior clássico mineiro as polêmicas fora de campo. A torcida do Cruzeiro reclamou da forma como foi recebido no novo estádio alvinegro. Já a diretoria do Atlético denuncia os prejuízos causados pelos torcedores rivais, que teriam depredado o local reservado.

O curioso é que, segundo reportaram jornalistas que cobriram a partida, um atleticano também contribuiu para destruir o patrimônio alvinegro. Hulk chutou uma porta no vestiário após a partida, descontando no objeto a frustração de o time não ter conseguido os três pontos no jogo que entra para a história da rivalidade mineira.

Esperamos que da próxima vez tenhas um espetáculo melhor em campo e também fora dele. Aprender a respeitar o diferente é primordial para vivermos em sociedade. E que não se cogite torcida única no maior clássico de Minas.

SELEÇÃO SEM IDEIAS

Há uma semana a Seleção Brasileira foi derrotada por 2 a 0 para o Uruguai, em um jogo em que esteve irreconhecível. Esperava-se alguma dificuldade de os jogadores assimilarem os conceitos de Fernando Diniz, mas não tanto. O time foi uma bagunça e pouco criou, sendo presa fácil para um Uruguai muito aplicado, como gosta o técnico Marcelo Bielsa.

Para completar, o Brasil ainda perdeu o craque Neymar, que deixou o gramado no fim do primeiro tempo com lesão séria no joelho esquerdo. Sem o principal jogador, Diniz terá de repensar o esquema tático do Escrete Canarinho já para os compromissos pelas Eliminatórias no mês que vem, contra Colômbia e Argentina.

Vendo o “copo meio cheio”, o time pode melhorar a partir do momento em que os atletas não ficarão procurando o camisa 10 o tempo todo, como vinha acontecendo. É hora do coletivo se tornar o ponto forte de um Brasil que aguarda a chegada de Carlo Ancelotti, em julho de 2024. Se é que o italiano vai topar o desafio.

Paulo Galvão

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