O Fluminense conseguiu chegar à decisão do Mundial de Clubes da Fifa, espantando o fantasma que assombrou o rival Flamengo no ano passado, o Palmeiras em 2020, o Atlético em 2013 e o Internacional em 2010. Está cada vez mais difícil chegar à final do torneio, menos pela qualidade dos times brasileiros e mais pela evolução dos concorrentes.

Além dos investimentos altíssimos feitos por clubes como os da Arábia Saudita, há equipes muito bem montadas e que passam ao largo do nosso radar. Não é fácil acompanhar uma equipe africana, por exemplo, mesmo para quem se dispõe a pagar por isso. Sei que dá para ver pela internet, mas, como jornalista semi-jurássico, não tenho habilidade para tanto.

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Assim, chamou muita atenção o futebol apresentado pelo Al-Ahly tanto na vitória por 3 a 1 sobre o saudita Al-Ittihad, recheado de jogadores renomados, quanto na derrota para o Flu. O jogo desta segunda-feira foi bem mais duro do que alguns tricolores poderiam supor.

A equipe egípcia se mostrou organizada e bastante aplicada, além de forte fisicamente. Criou chances de ganhar o jogo, principalmente no primeiro tempo, e em alguns momentos foi superior aos comandados por Fernando Diniz.

Mas o que faltou ao time do Cairo, a qualidade para aproveitar as oportunidades, especialmente em contra-ataques, sobrou aos brasileiros. Depois de John Arias acertar a trave duas vezes no primeiro tempo, o experiente Marcelo tirou um coelho da cartola ao dar uma “caneta” no sul-africano Percy Tau na área e cair após se embolar com ele, levando o árbitro a marcar pênalti, convertido por Arias já na etapa final. A partir de então, o Flu teve mais tranquilidade e “matou” a disputa com bela finalização de John Kennedy, que é mineiro de Itaúna, já no fim do tempo regulamentar.

O adversário na grande final sairá do duelo entre Manchester City e Urawa Red Diamonds, hoje. Os ingleses são amplamente conhecidos por todos os brasileiros que gostam de futebol, assim como o renomado técnico Pep Guardiola. Já os japoneses estão na mesma condição do Ah-Ahly, as maiores informações vieram da vitória por 1 a 0 sobre o León, do México, nas quartas de final, na semana passada.

Qualquer que seja o adversário, o Fluminense deverá ter trabalho. Porém, passado nervosismo natural da estreia, poderá fazer seu jogo, que prioriza a posse de bola. Também estará motivado para quebrar um tabu de 10 anos: a última vez que um time brasileiro foi campeão do mundo foi em 2012, quando o Corinthians bateu o Chelsea por 1 a 0.

ÚLTIMA CHANCE

Este é o último Mundial de Clubes disputado no atual formato, adotado em 2005. No fim de semana, a Fifa anunciou que, a partir de 2025 haverá um “super” mundial, com formato ampliado para 32 clubes e sendo disputado a cada quatro anos. Pelo anunciado, a Uefa terá direito a 12 vagas; enquanto a Conmebol terá seis; Ásia, África e América do Norte e Caribe, quatro; além de uma vaga para a Oceania e outra para o país-sede.

A Fifa também anunciou uma nova competição anual de clubes que reunirá os campeões continentais. O torneio será disputado a partir de 2024 com o nome de Copa Intercontinental. Nessa nova competição, o campeão da Champions League vai direto para a final. Todos os outros campeões continentais, incluindo o da Libertadores, disputarão um playoff para definirem o outro finalista. A tendência é ficar cada vez mais difícil para um sul-americano ser campeão mundial.

Paulo Galvão

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