Colunistas

Medida da Câmara dos Deputados cria duas classes de empresários, diz Abrasel

Apesar de ver com bons olhos a reinclusão dos bares e restaurantes no Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), a Abrasel destaca a necessidade de rever a limitação imposta pelo programa, que exige que a inclusão no Cadastur (Cadastro dos Prestadores de Serviços Turísticos) tenha sido feita até março de 2022, como forma de permitir a participação no programa. Muitos estabelecimentos não possuem esse cadastro e ficarão sem acesso aos benefícios do Perse. O texto segue agora para discussão no Senado.

Paulo Somucci

Advertisement

Para Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, essa limitação é injusta e pode prejudicar muitos estabelecimentos que já enfrentam dificuldades financeiras.

“Nós esperamos que os senadores revejam essa questão do Cadastur para permitir que todos os estabelecimentos possam se beneficiar do Perse. O setor como um todo foi atingido pela pandemia de uma forma desproporcional, em função de restrições e fechamentos impostos. 

Mas o programa cria uma subclasse de empresários, que não terão ajuda mais uma vez. É um critério estapafúrdio, que repete erros do passado, como o de escolher empresas que receberão ajuda em detrimento de outras que têm de se virar sozinhas”, afirma Solmucci.

Abrasel

O presidente da Abrasel destaca ainda que o setor de bares e restaurantes é um dos maiores geradores de empregos do país e tem um papel fundamental na economia. “Nós precisamos de medidas que possam garantir a sobrevivência desses estabelecimentos e, consequentemente, a manutenção dos empregos gerados por eles. 

Hoje cerca de 30% dos bares e restaurantes estão trabalhando com prejuízo. E cerca de 40% têm dívidas em atraso, principalmente com impostos federais. Assim, o Perse traria um alívio, mas para isso ser efetivo é necessário que ele se torne abrangente e dê oportunidade a todos”, conclui Solmucci.

lucasmachado

Advertisement