Existem alguns chavões no futebol, uns mais antigos, outros na esteira da internet e, principalmente, das redes sociais. E como tal, muitas vezes passam despercebidos dos torcedores, sempre prontos a apoiar seu time do coração, encarando situações absolutamente corriqueiras como grandes eventos.

Uma das velhas práticas de jogadores e treinadores é afirmar, após uma vitória ou, principalmente, a conquista de um título que o grupo mereceu porque trabalhou muito. Como se os adversários também não o fizessem. Como se estivessem se esforçando mais que os outros.

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Há também os que agradecem a Deus por um resultado positivo. E como sabemos, o cara lá de cima olha por todos.

Já nos tempos da web, os clubes passaram a divulgar preleções e “correntes” feitas nos vestiários antes das partidas, principalmente aquelas mais importantes ou as decisivas, em que saíram vencedores. E aí, sempre destacam uma palavra mais forte, seja do treinador, de um auxiliar, do preparador físico ou daquele atleta que tem ascendência sobre os companheiros.

E quando o triunfo não vem, foi falta de incentivo antes de a bola rolar? Faltou inspiração para fazer um discurso que realmente motivasse a equipe?

Certamente que não. Essas falas costumam ser bastante carregadas de emoção. Em alguns casos, usa-se a experiência pessoal para mobilizar a todos. Em outros, um caso ocorrido fora do clube, mas que pode servir de inspiração na busca do algo a mais.

O problema é que, no futebol, muitas coisas podem ser decisivas durante uma partida. Obviamente quem tem melhores jogadores, estrutura de alto nível, profissionais capacitados em todos os setores e salários em dia tem mais chance de sair vencedor.

Mas muitas vezes o acaso decide uma partida. A escolha errada da chuteira pode ocasionar um escorregão fatal. O gramado alto demais ou os buracos no piso são capazes de mudar a dinâmica das ações. Até fatores climáticos podem influenciar para um lado ou para outro.

O que ocorre depois dos jogos também só costuma ser divulgado pelo vencedor. Aí, é dancinha para cá, música para lá, gritos de guerra e alguns palavrões ecoando nas dependências dos estádios.

Ao perdedor, parece que só resta a vergonha. Mas não precisa ser assim. Até porque as derrotas, por mais dolorosas, são excelentes oportunidades de aprendizado, de correção de rota, de crescimento.

As boas palavras também podem vir em momentos de dificuldade. E seria legal que fossem divulgadas pelos clubes mesmo que a torcida esteja triste. A vida não é feita só de coisa boa.

COPA DO BRASIL

Os americanos sentiram, na quarta-feira passada, a dor que os cruzeirenses haviam sentido oito dias antes. As eliminações logo na primeira fase da Copa do Brasil não estavam nos planos nem de Coelho, nem de Raposa, e precisa servir para impulsionar as equipes para um patamar superior dentro de campo.

Que Athletic e Villa Nova não se iludam com as classificações obtidas diante de Volta Redonda e Aparecidense-GO. Os mata-matas são traiçoeiros, principalmente em jogos únicos, como ocorrerá novamente na segunda fase do torneio nacional.

Paulo Galvão

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