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Maior salário fixo do país atinge R$ 100 mil; confira as posições que pagam esse valor

O mercado de trabalho brasileiro segue pressionado por alta busca por especialistas e movimentos de retenção cada vez mais estratégicos. O Guia Salarial 2026, elaborado pela consultoria Michael Page, revela que o maior salário fixo pago no país chega a R$ 100 mil por mês, valor registrado em cinco cargos distribuídos entre os setores de saúde e varejo.

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No topo da lista, a área da saúde domina. Superintendentes e diretores médicos, líderes de unidades de negócios em empresas de dispositivos médicos, gerentes gerais dessas companhias e executivos de negócios da indústria farmacêutica fazem parte do grupo que recebe os salários mais altos.

O varejo completa o ranking com o cargo de gerente geral de operações, que também alcança remuneração mensal de R$ 100 mil. Além disso, entre os dez maiores salários do país aparecem posições de vendas, tecnologia da informação, bancos e serviços financeiros, setores que seguem aquecidos mesmo diante da cautela das empresas.

O estudo analisou 548 cargos em 15 áreas e levou em conta a percepção de mais de 7 mil profissionais. Os valores citados compreendem apenas o salário fixo, sem incluir bônus ou remuneração variável.

Projeções para 2026 revelam cautela nas empresas

A pesquisa mostra que 2026 deve começar com movimentos conservadores. Quase metade das empresas (45%) não pretende conceder reajustes acima do obrigatório, enquanto do lado dos trabalhadores, a insatisfação com a estagnação salarial persiste.

Segundo o levantamento, 59% dos profissionais não receberam aumento no último ano, e apenas 28% relatam acesso real à capacitação, um dado que contrasta com a visão das empresas, já que 60% afirmam oferecer programas de desenvolvimento.

Essa desconexão reforça um dos maiores desafios do mercado: atrair e reter talentos qualificados. Atualmente, 73% das companhias enfrentam dificuldades na contratação devido à falta de profissionais preparados.

Benefícios, flexibilidade e desenvolvimento pesam tanto quanto salário

Com a crescente disputa por profissionais especializados, as empresas precisam ir além da remuneração. Para 55% dos candidatos, benefícios como saúde, alimentação e capacitação têm peso equivalente ao salário na hora de aceitar uma proposta.

O CEO da Michael Page no Brasil, Ricardo Basaglia, afirma que o cenário exige políticas mais completas e estratégicas:

“O desafio é construir pacotes de benefícios que realmente façam a diferença, fortalecendo a competitividade para atrair e reter profissionais que farão a diferença.”

Ainda assim, empresas esbarram em obstáculos. A alta rotatividade e o baixo engajamento são apontados como problemas por 61% dos entrevistados, enquanto 58% citam expectativas salariais incompatíveis com o orçamento. A pesquisa destaca que esses fatores se conectam: profissionais especializados têm maior poder de negociação, o que pressiona salários e eleva o turnover.

Modelos de trabalho: presencial volta a crescer

O Guia Salarial 2026 também mostra mudanças na organização do trabalho. O modelo presencial integral voltou a avançar, sendo adotado por 42% das empresas, ante 36% no levantamento anterior.

O formato híbrido, embora ainda forte, registrou queda: passou de 50% para 44% entre as empresas. Entre os profissionais, no entanto, a adesão ao híbrido aumentou, saltando de 37% para 40%.

O contraste reforça que, além de salário e benefícios, o modelo de trabalho se tornou um fator decisivo na escolha, e na permanência, dos profissionais no mercado atual.

Maria Clara Landim

Jornalista formada pela PUC Minas, com experiência em fotojornalismo, assessoria de imprensa e jornalismo digital. Já atuou nas redes sociais e na redação da Rádio Itatiaia e como pesquisadora na Comunidade Quilombola de Pinhões. Atualmente, é repórter e redatora nos portais Sou BH e Aqui.