Em um aquário de São Francisco, EUA, encontra-se um exemplar notável de peixe pulmonado nonagenário que tem intrigado os cientistas e fascinado os visitantes. Conhecido como Methuselah (“Matusalém”), este peixe é considerado o mais velho em cativeiro, uma raridade do mundo aquático.
Methuselah chegou ao Aquário Steinhart no final dos anos 1930. Capturado durante uma viagem de navio vindo da Austrália, naquela época, não havia um método preciso para determinar a idade do peixe. No entanto, acredita-se que Methuselah tenha pelo menos 93 anos, conforme informações fornecidas pela equipe do aquário em setembro do ano passado.
Methuselah é membro de uma espécie única capaz de sobreviver longos períodos hibernando para escapar de condições adversas, como secas. Este peixe pulmonado australiano compartilha uma linhagem antiga com os primeiros habitantes aquáticos que, há cerca de 400 milhões de anos, tentaram a vida em terra firme. Esses peixes possuem pulmões que lhes permitem respirar ar atmosférico, além de suas guelras.
Os peixes pulmonados possuem várias características que lhes permitem viver por tanto tempo. Esses fatores envolvem adaptação evolutiva, metabolismo eficiente, e a capacidade de hibernar.
Os peixes pulmonados possuem pulmões que lhes permitem respirar fora d’água, o que facilita a sobrevivência em ambientes variáveis. Esse tipo de adaptação é rara e remonta a centenas de milhões de anos.
O metabolismo dos peixes pulmonados é extremamente econômico. Eles precisam de pouca alimentação e conseguem conservar energia de forma eficaz. Além disso, sua taxa de crescimento é baixa, auxiliando na gestão energética do corpo.
Esses peixes podem hibernar durante períodos de seca ou condições climáticas extremas. Eles cavam buracos na lama e se revestem de uma mucosa protetora, podendo ficar nesse estado de suspensão por meses ou até anos.
Antes de Methuselah, o título de peixe mais velho em cativeiro pertencia a Granddad, um outro peixe pulmonado australiano do Aquário Shedd em Chicago. Granddad viveu até os 109 anos, mas foi submetido à eutanásia devido a complicações relacionadas à idade em 2017. Methuselah herdou o título após essa perda e continua a ser um exemplo fascinante da resiliência e adaptação das espécies aquáticas.