Curiosidades
Papa Leão XIV é agostiniano. Entenda a ordem católica
Formado na tradição agostiniana, Leão XIV leva ao papado uma visão baseada na vida comunitária, no compromisso intelectual e no serviço ativo à sociedade
Leão XIV, o novo líder da Igreja Católica, carrega a marca da espiritualidade agostiniana. Ingressou na Ordem de Santo Agostinho em 1977, na província de Nossa Senhora do Bom Conselho, em Saint Louis, nos Estados Unidos. Em 1982, foi ordenado sacerdote após estudar Direito Canônico em Roma. Trabalhou como missionário no Peru entre 1985 e 1986, e depois voltou à capital italiana para concluir seu doutorado com uma tese sobre a liderança interna da própria ordem.
A Ordem Agostiniana, fundada formalmente em 1244 pelo Papa Inocêncio IV, nasceu da união de eremitas na Toscana. Esses grupos passaram a seguir a Regra de Santo Agostinho, um conjunto de princípios centrados em três pilares: vida comunitária, busca pela verdade por meio do estudo e serviço humilde ao próximo. Em 1256, a “Grande União”, promovida pelo Papa Alexandre IV, ampliou a ordem, que foi então incorporada ao seleto grupo das Ordens Mendicantes, ao lado de franciscanos, dominicanos e carmelitas.
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Diferente de ordens mais isoladas, os agostinianos vivem inseridos na vida pública. Estão presentes em escolas, universidades, paróquias e ações sociais. Acreditam que o conhecimento e a caridade são caminhos para se aproximar de Deus. “Antes de tudo, vivei em concórdia, tendo uma só alma e um só coração orientados para Deus”, ensina a regra escrita por Santo Agostinho.
A rotina agostiniana combina oração, estudo e trabalho pastoral. Os religiosos moram em comunidades onde compartilham decisões, refeições e bens. Também se dedicam com intensidade à formação intelectual e à docência, com presença forte em centros de ensino católicos.
A ordem valoriza a simplicidade, a fraternidade e o diálogo aberto com o mundo. Seus membros atuam como padres, professores, missionários e agentes pastorais em regiões marcadas pela pobreza e vulnerabilidade.
Leão XIV representa essa síntese entre espiritualidade interior e engajamento público, uma tradição que agora se estende ao papado.