Gatos pretos ainda são vítimas de superstições ligadas à sexta-feira 13, apesar de simbolizarem sorte em muitas culturas (Foto: Pixabay)
A sexta-feira 13 de junho de 2025 acende mais uma vez o alerta para superstições populares. Associada ao azar por muita gente, a data virou símbolo do medo — seja como desculpa para uma maratona de filmes de terror ou como gatilho para comportamentos extremos.
Mas afinal, por que essa combinação de número e dia da semana se tornou “amaldiçoada”? A origem é incerta, mas existem teorias que vão da Bíblia à mitologia escandinava.
O numerólogo Paulo Bernardo aponta a Última Ceia como um possível ponto de partida. Segundo ele, 13 pessoas estavam à mesa: Jesus e seus 12 discípulos. Judas Iscariotes, o traidor, foi o último a chegar. Pouco depois da ceia, Jesus foi capturado, torturado e morto — em uma sexta-feira. A sequência de fatos negativos selou a associação do número e do dia à má sorte.
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Outra hipótese vem do folclore nórdico. Conta-se que Odin convidou 12 deuses para um banquete em Asgard. Loki, o deus da trapaça, apareceu sem ser chamado, furioso. Em sua vingança, causou a morte de Balder, o deus da luz e da beleza. A tragédia teria iniciado a crença na maldição do número 13.
Apesar das histórias sombrias, a numerologia oferece uma leitura mais otimista. “O número 13 simboliza transformação”, diz Paulo Bernardo. Na soma 1+3, chega-se ao número 4, que representa organização e estabilidade. O número 1 carrega independência, enquanto o 3 simboliza criatividade e leveza.
Infelizmente, superstições antigas ainda alimentam violência. Gatos pretos, por exemplo, frequentemente viram alvos em datas como esta. A perseguição a esses animais surgiu na Idade Média, quando se acreditava que eram bruxas disfarçadas. Mas, em várias culturas, eles simbolizam boa sorte.
Atacar um animal por causa de uma lenda não é só absurdo — é crime. A Lei de Crimes Ambientais (nº 9.605/1998) estabelece pena de até cinco anos de prisão, além de multa, para quem maltratar animais. Se o bicho morrer, a punição pode aumentar até 1/6.
Mesmo que ninguém saiba ao certo de onde vieram todas essas crenças, o fato é que a sexta-feira 13 continua alimentando o imaginário coletivo. Para alguns, é só uma coincidência de calendário. Para outros, uma ameaça real. E entre o medo e o fascínio, o mais importante continua sendo a razão — e o respeito à vida.
