Líder da Inconfidência Mineira, Joaquim José da Silva Xavier foi executado em 1792 e se tornou patrono cívico da nação | Crédito: Reprodução
O dia 21 de abril é feriado em todo o Brasil. A data homenageia Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, executado em 1792 por sua participação na Inconfidência Mineira, movimento que defendia a independência do Brasil em relação a Portugal.
Tiradentes foi enforcado, esquartejado e decapitado no Rio de Janeiro. Sua morte, determinada por autoridades coloniais, tinha como objetivo desarticular a conspiração e servir como exemplo à população.
Quase um século depois, em 1890, a República recém-proclamada instituiu oficialmente o dia 21 de abril como data comemorativa. Em 1965, Tiradentes foi declarado patrono cívico da nação brasileira por meio da Lei nº 4.897.
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O feriado de 21 de abril é reconhecido oficialmente em todo o território nacional. Além da homenagem à figura de Tiradentes, a data é considerada uma oportunidade para revisitar os episódios ligados à luta por independência brasileira.
Nascido em 1746, em Minas Gerais, Joaquim José da Silva Xavier atuou em diversas profissões ao longo da vida. Trabalhou como tropeiro, minerador, mascate e dentista amador — atividade que originou o apelido “Tiradentes”.
Mais tarde, ingressou na carreira militar, alcançando o posto de alferes na cavalaria dos Dragões Reais de Minas, subordinada à Coroa Portuguesa.
No final do século XVIII, passou a integrar o grupo que articulava a Inconfidência Mineira. O movimento propunha a criação de uma república independente, além de reformas sociais, como a implantação de um sistema público de ensino e o fim da escravidão. A conspiração foi descoberta antes de se concretizar, e seus membros foram presos.
Tiradentes assumiu publicamente a responsabilidade pela revolta e, ao contrário dos demais envolvidos, foi condenado à morte. A execução foi realizada no Largo da Lampadosa, no Rio de Janeiro, em 21 de abril de 1792.
A imagem de Tiradentes como herói nacional foi construída posteriormente. À época de sua execução, ele não foi reconhecido como mártir. Somente no final do século XIX, com a influência do pensamento positivista e a instalação do regime republicano, sua figura passou a ser ressignificada.
A representação mais conhecida de Tiradentes — com barba longa e roupas simples — foi moldada para simbolizar sacrifício e compromisso com a liberdade. A construção simbólica de seu legado atendeu a interesses políticos do período, que buscavam fortalecer a identidade da nova república.
Pesquisadores apontam que outros inconfidentes também desempenharam papéis importantes no movimento e destacam que a liderança de Tiradentes foi amplificada com o tempo. Ainda assim, seu nome se consolidou como um dos principais símbolos da resistência ao domínio colonial.