Vista da cidade de Montes Claros, cidade-polo da região norte do estado (Foto: Wikimedia Commons)
Minas Gerais entrou definitivamente no radar de quem busca recomeçar a vida em outro estado. Dados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira (27) pelo IBGE, mostram que o estado conquistou o terceiro maior saldo migratório do país entre 2017 e 2022, ganhando 106.499 novos moradores. Pela primeira vez, Minas superou São Paulo nesse quesito, consolidando-se como um dos principais destinos de quem muda de estado.
O movimento é puxado por moradores que deixaram justamente os grandes centros urbanos do Sudeste: 19,1% dos emigrantes paulistas e 17,7% dos fluminenses escolheram Minas como novo endereço. A migração revela não só o fortalecimento do interior mineiro como polo regional de desenvolvimento, mas também uma tendência de desconcentração populacional em direção a áreas com maior qualidade de vida e custo de vida mais acessível.
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Historicamente conhecido por “exportar” mão de obra para São Paulo, Minas inverteu a lógica: agora é quem recebe. A chegada de novos habitantes, aliada a investimentos em infraestrutura, ensino superior descentralizado e expansão de polos industriais no interior, ajuda a explicar esse novo cenário. Cidades como Uberlândia, Montes Claros, Juiz de Fora, Divinópolis e Pouso Alegre têm atraído empresas, trabalhadores qualificados e estudantes.
A ascensão mineira integra um movimento mais amplo de redistribuição populacional no país. Grandes centros como São Paulo, Rio e Brasília passaram a registrar saldos negativos, enquanto estados do Sul, Centro-Oeste e interior do Sudeste ganharam destaque. O perfil dos migrantes é majoritariamente jovem, com idades entre 25 e 34 anos, faixa etária associada ao início da vida adulta e busca por oportunidades.
A movimentação de retorno às origens também contribui para o crescimento de Minas. Muitos dos que chegaram ao estado são mineiros que haviam migrado em décadas anteriores para São Paulo e agora decidiram voltar. Além disso, o estado se tornou opção para paulistas e fluminenses que buscam alternativas aos altos custos e à saturação dos grandes centros urbanos.
A força do agronegócio, o crescimento das cidades médias, a ampliação do ensino técnico e universitário no interior e o ambiente mais equilibrado entre desenvolvimento e custo de vida tornam Minas Gerais um destino cada vez mais viável — e desejável. O estado conseguiu crescer sem os colapsos urbanos típicos das metrópoles do Sudeste, oferecendo um estilo de vida mais estável para quem chega.
