Homem mais tatuado do mundo vira evangélico e começa a remover tatuagens: “Arrependimento”

Leandro de Souza, de 35 anos, dedicou duas décadas da sua vida às tatuagens, até se tornar famoso como o “homem mais tatuado do Brasil”. Recentemente convertido ao evangelho, ele decidiu remover todas as figuras que cobrem seu rosto e corpo. Essa transformação começou a chamar atenção nas redes sociais, onde Leandro compartilha seu processo de remoção de tatuagens e a história de sua conversão.

• Pela primeira vez, mulheres mais alta e mais baixa do mundo se encontram
• Porta-voz russa atende ligação durante coletiva e recebe ordem para “calar a boca”
• Cinco morrem por de envenenamento de bebida em hotel
• Recompensa por suspeito em morte de delator do PCC é de R$ 50 mil
• O que é osteomielite: entenda a doença que afeta Letícia Santiago

“Depois que me converti, parei da noite para o dia com drogas, bebidas e cigarros”, relata Leandro, que agora enfrenta sessões dolorosas de laser para remover as tatuagens. “Dói muito, mas vejo isso como parte do arrependimento e renovação. A equipe da clínica é excelente, e os resultados têm sido satisfatórios”.

Leandro já passou por duas sessões de remoção a laser, mas estima que serão necessárias cerca de oito sessões, com intervalos de três meses, para remover todas as tatuagens. Ele possui 95% do corpo tatuado, o que lhe rendeu um troféu no ano passado durante um evento internacional.

Adoção e abusos: A história pessoal de Leandro

Leandro teve uma infância marcada pelo conforto e cuidado de sua mãe adotiva, uma professora aposentada da rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul. Ele foi adotado ainda recém-nascido, encontrado em uma caixa de sapatos. Apesar do amor recebido, Leandro descobriu de forma traumática que era adotado, o que gerou um sentimento de insegurança em relação à sua identidade.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Hell Tattoo – Giancarlo Pincelli – Tattoo Removal (@helltatto)

Adicionalmente, ele sofreu abusos sexuais por parte de um policial militar durante sua infância, algo que impactou profundamente sua vida. “Essas experiências traumáticas influenciaram muitas das decisões que tomei mais tarde”, afirma Leandro.

Na adolescência, ele enfrentou vários desafios, incluindo a introdução às drogas pela mãe de seu filho. Aos 23 anos, foi preso por estelionato, o que resultou na perda da curatela de sua mãe, que foi internada em um asilo. Hoje, Leandro luta para reestruturar a casa e trazer a mãe de volta para casa.

Desafios da remoção a laser

O biomédico esteta Giancarlo Pincelli, da clínica Hell Tattoo, está realizando a remoção das tatuagens de Leandro. O processo a laser fragmenta o pigmento das tatuagens para que o organismo o elimine gradualmente. Remover pigmentos ao redor dos olhos e áreas coloridas apresenta desafios significativos, mas a equipe está determinada a alcançar os melhores resultados possíveis.

“As tatuagens de Leandro são uma mistura de cores e estão em áreas sensíveis, o que torna o processo mais complexo”, explica Giancarlo. “Apesar da dor e do desconforto, Leandro está motivado e confiante”.

Apoio da comunidade e renovação de vida

Para sustentar suas sessões de remoção de tatuagens e adaptar a casa para o retorno de sua mãe, Leandro conta com a ajuda de seguidores e irmãos de fé. Ele criou uma vaquinha online para arrecadar recursos e recentemente começou a trabalhar como fotógrafo de eventos, enquanto procura um emprego fixo.

“Minha mãe só poderá voltar para casa quando a justiça autorizar a curatela, e para isso, preciso de um emprego registrado e uma casa em condições de recebê-la”, explica Leandro. “Farei o que for preciso para ter meu filho e minha mãe ao meu lado”.

Respeito à jornada pessoal

Márcio Munhoz, tatuador de Leandro por duas décadas, relembra a trajetória do amigo e cliente. “Leandro era apaixonado por tatuagens e pelo estilo de vida que elas representavam. Entendi que ele precisava dessa mudança para se reencontrar”. Márcio ressalta que a remoção das tatuagens deve ser vista como uma decisão pessoal e não como um desmerecimento à arte da tatuagem.

“Ver ele apagar anos de trabalho foi difícil, mas sei que é para um bem maior”, conclui Márcio.