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Veja quanto custará carro voador chinês no Brasil, que já tem pedidos de compra

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Reprodução / Alexandre Saconi

O Brasil está se posicionando como o terceiro maior mercado mundial para carros voadores, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Com previsão de início das operações para o final de 2025, os primeiros modelos dessas aeronaves, conhecidas como eVTOLs (Electric Vertical Takeoff and Landing), devem custar entre R$2 milhões e R$2,7 milhões.

Crescimento do mercado nacional

Ao final de 2023, o Brasil já contava com 780 carros voadores encomendados, segundo dados da Mundo Geo, organizadora da Expo eVTOL realizada em São Paulo. Entre as empresas que já fizeram pedidos dessas aeronaves estão Avantto, Azul, Flapper, FlyBis, Gol, Helisul e Voar Aviation. As aquisições incluem modelos da brasileira Eve (da Embraer), da alemã Lilium e da britânica Vertical Aerospace.

Potencial em São Paulo

São Paulo, com a maior frota de helicópteros do mundo, é um exemplo claro do potencial para a integração dos eVTOLs no cenário urbano. A cidade possui mais de 400 helicópteros registrados e mais de 200 helipontos, com cerca de 2.000 pousos e decolagens diários, evidenciando a necessidade de alternativas para deslocamentos rápidos e eficientes.

Primeiro carro voador certificado

Em 2023, a empresa brasileira Gohobby trouxe ao país o modelo 216-S, da chinesa Ehang, considerado o primeiro carro voador a receber certificação de tipo. Capaz de transportar duas pessoas e operado remotamente, o 216-S ainda precisa ser testado e homologado no Brasil. Jose Ignacio Rexach, diretor da Ehang para a Europa e América Latina, elogiou o sistema regulatório brasileiro, destacando o ambiente favorável para o desenvolvimento do mercado de eVTOLs no país.

“Além da utilização em centros urbanos congestionados, o turismo pode se beneficiar do uso dos eVTOLs, por exemplo. O setor pode oferecer rápidas conexões entre dois aeroportos ou com resorts, voos panorâmicos, entre outros. O setor médico ainda pode utilizar essa tecnologia para transporte de órgãos ou, até mesmo, de pacientes com necessidades hospitalares.” disse o diretor da Ehang.

Aplicações e perspectivas futuras

Rexach ressaltou diversas aplicações para os carros voadores além do transporte urbano, como turismo, conexões rápidas entre aeroportos e resorts, voos panorâmicos e até mesmo transporte médico. Ele prevê que o mercado global de eVTOLs movimentará cerca de US$1 trilhão até 2030, com a América Latina representando 20% desse valor e o Brasil sendo um dos principais contribuintes.

Expectativa de crescimento

Adriano Buzaid, CEO da Gohobby, mencionou que já há 15 posições na fila de espera para o modelo EH216-S, com entregas previstas para o final de 2025. Ele destacou a eficiência dos eVTOLs, mencionando que um trajeto entre os aeroportos de Congonhas e Guarulhos poderia custar apenas R$12 em carga elétrica, tornando-os uma opção econômica.

Buzaid também apontou as vantagens dos carros voadores em termos de custos operacionais, devido ao uso de energia elétrica e à menor necessidade de manutenção dos motores elétricos comparados aos motores de combustão. A automação desses veículos permite que um único piloto controle vários voos simultaneamente, reduzindo ainda mais os custos operacionais.

“Costumo dizer que três coisas encarecem a aviação: combustível, manutenção e tripulação. Na parte do combustível, o carro voador já tem isso resolvido. Quanto à manutenção, os motores elétricos têm muito menos reparos a serem feitos em comparação com aqueles à combustão, como nos carros tradicionais. Já sobre a tripulação, um único piloto é capaz de acompanhar e controlar vários voos desses eVTOLs devido à automação envolvida.” 

Com um mercado promissor e infraestrutura crescente, o Brasil se prepara para integrar os carros voadores em seu sistema de transporte, oferecendo soluções inovadoras e eficientes para os desafios da mobilidade urbana.