Como esperado, Atlético e Cruzeiro são os finalistas do Campeonato Mineiro de 2024. Digo isso por serem os clubes de maior poder econômico do estado, com as melhores estruturas físicas e as maiores torcidas.

Partindo desse pressuposto, será lógico que o Galo seja campeão mais uma vez. Afinal, tem orçamento que é pelo menos o dobro da Raposa, uma equipe que vem jogando junto desde o ano passado e manteve o treinador, enquanto o rival reformulou o grupo e trocou de comando, apostando em um técnico argentino que nunca havia trabalhado no Brasil.

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Isso será suficiente para o Alvinegro ser campeão? Obviamente que não. E aí entram vários fatores que podem ser decisivos no futebol, principalmente quando se trata de uma disputa em mata-mata.

O time celeste já mostrou ser forte o suficiente para vencer o maior rival tanto na temporada passada quanto nesta, com o bônus de ambos os triunfos terem ocorrido na nova casa atleticana. E tem a vantagem de jogar por dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols para ficar com o título, o que não é pouco em um duelo tão acirrado.

Também há a questão da instabilidade do Atlético neste início de 2024. Ao contrário do ano passado, quando se mostrava bastante consciente do que queria em campo, o time de Luiz Felipe Scolari tem sofrido com a falta de jogadas bem articuladas, além de dar espaços na defesa mais do que o desejado por quem é cotado como favorito não só no Mineiro, mas também nas outras competições que disputará: Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e Copa Libertadores.

De qualquer forma, continua como favorito. Até porque tem um técnico que pode até não se notabilizar por fazer suas equipes jogarem bonito, mas é um vencedor nato.

Torço para que os tradicionais rivais mineiros aproveitem bem as quase duas semanas sem compromissos e cheguem afiados ao primeiro jogo da decisão, na Arena MRV. E que façam também um grande jogo de volta, no Mineirão, palco de tantas disputas emocionantes entre eles.

Só lamento que sejam jogos de torcidas únicas por acordo entre as diretorias. Isso é uma derrota não só do futebol, mas de toda a sociedade, que opta cada vez mais por medidas extremas ao não conseguir controlar aqueles que não sabem se comportar.

O problema é que isso não é garantia alguma de tranquilidade. Há muito os maus torcedores já tomaram a decisão de brigar longe dos estádios, onde há menos forças de segurança para impedir os confrontos, muitas vezes letais. Uma pena.

JEITINHO

A primeira janela de transferências do futebol brasileiro de 2024 se encerrou em 7 de março, mas, como quase tudo por aqui, os clubes têm chance de seguir se reforçando. Uma cláusula no Regulamento Nacional de Registro e Transferência de Atletas da CBF permite contratações além desse prazo, entre os dias 1º e 19 de abril, desde que o objeto de desejo tenha sido inscrito em algum campeonato estadual no primeiro trimestre. Também se pode buscar jogadores fora do país, desde que o último vínculo contratual dele tenha se encerrado até 7 de março.

Para quem não conseguir aproveitar as exceções, restará esperar o segundo período de transferências, marcado para 10 de julho a 2 de setembro de 2024. Ou seja, é quase um ano inteiro de “janela aberta” no Brasil.

Paulo Galvão

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