Poucas pessoas entendem o poder da mídia como Ronaldo Fenômeno, que sabe como ninguém jogar com a opinião pública. Também não poderia ser diferente já desde os 16 anos ele está sob os holofotes da imprensa. Enquanto uns querem nadar contra a maré, outros sabem surfar na onda.
O gestor sabe o peso da torcida celeste e não tem medo de pedir ajuda dela para conseguir os objetivos que almeja para o time.
A briga de Ronaldo com a Minas Arena é uma disputa inteiramente de negócios. Ele acha que pode lucrar mais com jogos no Mineirão se ganhar porcentagens do estacionamento e dos bares.
Ele também quer porcentagem da venda de camarotes, que hoje ficam com a Minas Arena. Como sabe que não tem a menor chance via contrato, uma vez que a administradora venceu a licitação feita pelo Governo de Minas, sua outra opção é usar a opinião pública a seu favor.
Todos os grandes estádios, do Brasil e do exterior, são casas de shows. Aqui o PSG anuncia orgulhosamente volta dos shows no principal estádio de Paris, o Parc des Princes. Já neste link o Manchester mostra os principais shows de seu estádio, o Etihad Stadium, que recebe o Coldplay no próximo dia 31 de maio.
Mas para jogar com o peso da torcida do Cruzeiro pressionando, difundiu-se entre os mineiros que ter shows no Mineirão é um problema para o futebol.
O contrato da Raposa com a Adidas é péssimo. Um dos piores do futebol. O clube só recebe alguma coisa se vender certo número de camisas e precisa pagar até pelo material esportivo que os próprios jogadores usam.
O clube ainda precisa pagar uma porcentagem de 5% para uma empresa que intermediou o contrato.
E Ronaldo sabe disso não é de hoje. Desde o ano passado ele vem falando com a torcida sobre trocar a fabricante de material esportivo para a Nike. Perguntou em uma live “se o torcedor cruzeirense gostaria de ver a Nike” na camisa do clube.
A bola já estava cantada. O que é melhor para pressionar uma marca do que os próprios torcedores a rejeitarem?
Neste ponto, caiu como uma luva o fato da Adidas ter colocado em seu site que o maior rival do Cruzeiro, o Atlético, era o “maior de Minas”. Menos de uma semana depois já está em toda imprensa a intenção do dono do time de quebrar o contrato “amigavelmente”. A desculpa perfeita caiu de bandeja.