Esportes

Dinheiro saudita encanta jogadores, mas nem todos

A Arábia Saudita está em uma ofensiva para ter uma das ligas de futebol mais fortes do mundo. O plano passa por contratar alguns craques de várias nacionalidades, usando para isso o dinheiro do petróleo.

O primeiro a aceitar fazer parte do projeto foi Cristiano Ronaldo, contratado pelo Al Nassr e que deve receber 70 milhões de euros (cerca de R$ 395 milhões) por temporada até 2025. Depois, Benzema, que vai receber ainda mais no Al-Ittihad, atual campeão local: 100 milhões de euros (em torno de R$ 540 milhões) por ano.

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Outros jogadores menos cotados também são atraídos pelo dinheiro árabe, como o goleiro Mendy e o zagueiro Koulibaly, que trocaram o Chelsea pelo Al-Ahly e Al-Hilal, respectivamente. Já o Al Nassr, que tirou o técnico português Luís Castro do Botafogo, contratou recentemente o atacante Ziyech.

Agora, o alvo é Mbappé. O francês, de apenas 24 anos, porém, não parece disposto a deixar a Europa para se aventurar em um país com quase nenhuma tradição no futebol.

Por mais que o Paris Saint-Germain, que é comandado pela família real do Catar, tenha interesse nos 300 milhões de euros (R$ 1,5 bilhão) oferecidos pelo Al-Hilal, o jogador sabe que sua carreira pode estagnar se não disputar a Liga dos Campeões, melhor e mais prestigiosa competição de clubes do mundo.

Isso significa abrir mão de 200 milhões de euros (mais de R$ 1 bilhão) em ganhos anuais. Pode parecer muito, mas nem tanto se for levado em conta que ele ganha a metade disso no PSG, além de ter contratos publicitários vantajosos que podem não ser renovados ou mesmo rescindidos se ele não estiver em uma grande vitrine.

Segundo a imprensa europeia, o desejo de Mbappé é defender o Real Madrid. Se não for possível, gostaria de ir para algum grande clube da Premier League. E aí os árabes voltam a aparecer na vida do astro, pois o Newcastle foi comprado pelo Public Investment Fund, fundo estatal comandado pelo governo saudita. Já o Manchester City é controlado pela família real dos Emirados Árabes Unidos.

Quem também não foi seduzido pelos petrodólares foi Lionel Messi. Aos 36 anos, aceitou defender o Inter Miami-EUA onde ganhará “apenas” US$ 50 milhões (cerca de R$ 250 milhões) por ano. É quatro vezes menos que o Al-Hilal teria oferecido, mas o argentino parece ter levado em conta a qualidade de vida na terra do Tio Sam, onde se encontra com velhos conhecidos, como Jordi Alba e Sérgio Busquets, com os quais jogou no Barcelona. Para completar, o técnico é o compatriota Tata Martino. Ou seja, estará em casa.

Não quero dar palpite sobre a vida pessoal de quem quer que seja. Cada um sabe o que é melhor para si e para a família. Mas se fosse Mbappé, também não iria para a Arábia Saudita.

MINEIROS EM BAIXA

América, Atlético e Cruzeiro têm decepcionado na temporada. Deles, o Coelho é quem tem jogado o melhor futebol, mas apresenta graves problemas defensivos e tem muita dificuldade para vencer. Já o Galo ainda não se encontrou depois da troca de treinador e começa a preocupar o torcedor, ainda mais com a melhora de times que estão abaixo dele na tabela de classificação. A oscilação da Raposa era esperada. Só não pode ficar muito tempo em má fase. 

Paulo Galvão

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