O ex-goleiro do Flamengo e do Grêmio, Emerson Ferretti, se tornou o primeiro presidente de um clube brasileiro da Série A a se assumir publicamente como gay. ele está à frente do Bahia e fez declarações afirmando que vários companheiros precisam esconder sua sexualidade.
“Passei décadas dentro de um campo de futebol escondendo quem realmente sou”, disse sobre ter de esconder suas preferências por homens.
Em entrevista para a revista Veja, ele disse que os jogadores que se escondem com namoradas e até esposas de “fachada” são comuns e que ele até entende as motivações dos atletas, que vivem em ambientes homofóbicos.
“É claro que há muitos homens gays no futebol, mas isso é ignorado. Namoradas e até mulheres de fachada são mais comuns do que se imagina. Eu realmente entendo quem recorre a esse teatro. Eles não querem se tornar o centro das atenções, nem serem prejudicados por isso. Contar minha história é uma forma de inspirar meninos gays que pretendem ser jogadores a ter coragem de fazer o mesmo“, disse.
Ele diz que por nunca estar rodeado de mulheres e namoradas, se tornou fofoca pela cidade:
“Em diversos momentos, entrei em depressão e pensei em desistir do futebol. Por mais que tentasse preservar minha intimidade, as fofocas corriam soltas pela cidade. Nunca apareci rodeado por mulheres, nos bares e casas noturnas, nem ao lado de namoradas, como costumam fazer os jogadores héteros”.
E se pensava que teria algum apoio de sua própria equipe, ele conta que foi o contrário, era vítima de piadinhas dentro do vestiário com os companheiros:
“Meus próprios companheiros de equipe começaram a desconfiar de mim e a soltar piadinhas no vestiário”.