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Esportes

Formar cidadãos é o mais importante

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Reprodução - Instagram

O futebol é um mundo à parte, ao menos no que diz respeito aos grandes clubes ou aos grandes astros. Os jogadores são seres humanos como todos os outros e, portanto, falíveis. Porém, pelo talento nato ou desenvolvido, pelo que fazem com a bola ou com os adversários, alcançam status de semideuses.

Cheios de regalias, cercados de “parças”, protegidos pelos dirigentes, bajulados por empresários, paparicados por patrocinadores, vivem longe da realidade dos “mortais”. Nessa bolha em que são inseridos, muitos passam a se achar acima do bem e do mal e cometem erros.

Dois dos mais vitoriosos atletas brasileiros deste século acabaram em maus lençóis por não saberem se comportar. Ambos foram condenados por estupro, um na Itália, outro na Espanha, mostrando o quanto falhamos todos na construção da nossa sociedade.

Já aqui em Belo Horizonte, dois jovens jogadores, ambos com futuros brilhantes, filmaram uma “festinha” pouco depois de a equipe em que jogam ser eliminada de forma vexatória de uma das principais competições do Brasil e na véspera da viagem para um jogo importantíssimo pelo Campeonato Mineiro. Obviamente, o registro “vazou” e foi visto por milhares de torcedores, que se indignaram.

Diante da repercussão, publicaram vídeos nas redes sociais se desculpando e prometendo conduta mais condizente com a vida de atleta profissional. O que não impediu de serem punidos pelo clube.

Obviamente são situações bem diferentes, mas que têm em comum a formação ética e moral ruim dos nossos jogadores. Nossas agremiações se preocupam muito com o desenvolvimento técnico, tático e físico dos garotos, mas a maioria peca na hora de preparar cidadãos capazes de conviver em sociedade, respeitando todos e todas.

No caso dos medalhões, foi uma questão criminal, bem mais grave, que demandaram acusações graves e condenações pesadas. Que as penas sirvam de exemplo para todos os homens, sejam eles atletas ou não, famosos ou não, ricos ou não.

Já para os garotos, o melhor mesmo é um corretivo, seguido de atenção e muitos conselhos. Eles ainda não são adultos e devem ter sempre alguém para instruí-los sobre comportamentos inadequados. Afinal, são pessoas públicas e que têm grandes responsabilidades a partir do momento que servem de exemplo para muitos, inclusive crianças.

Exagerar na diversão é típico da idade em que eles estão. Muitos de nós já fez isso quando era jovem e entre jogadores de futebol, ainda mais, pois vivem, como disse anteriormente, em um mundo próprio.

Para completar, com o advento das redes sociais e as facilidades geradas pelas câmeras dos smartphones, tudo é divulgado em tempo real para o mundo todo. E aí não tem volta.

Desde o tempo da bola de capotão, jovens atletas organizam ou participam de festas. A diferença é que nada era registrado. Se era, demorava a ser divulgado. Tempo suficiente para o cara fazer gols, dar assistências ou marcar bem um adversário, coisas que serviam para rebater qualquer insinuação de falta de profissionalismo. Talvez essa complacência tenha gerado o mau comportamento recente.

CASTIGO

América e Atlético fizeram um clássico bastante movimentado no último sábado, no Independência. Mandante, o Coelho foi ligeiramente superior e tem mais a lamentar pelo empate por 1 a 1, principalmente por ter sofrido gol praticamente no último lance e em falha do goleiro Dalberson.

Agora, fica a expectativa pelo reencontro nos mata-matas do Campeonato Mineiro. A torcida americana espera que o time consiga finalmente quebrar o jejum de oito anos sem vencer o rival. Já os atleticanos torcem para que o time finalmente “dê liga” em 2024, o que ainda não ocorreu, mesmo com o grupo sendo praticamente o mesmo que terminou bem o ano passado e o treinador também.