A Federação Paulista de Futebol (FPF) baniu, nesta quarta-feira (30), itens e vestimentas relacionados à Mancha Alviverde em partidas no estado de São Paulo. Ontem, investigação da Polícia Civil apontou o envolvimento de oito membros da torcida palmeirense na emboscada contra torcedores cruzeirenses. Dentre eles, três ocupam posições de liderança dentro da estrutura da Mancha Alviverde.
O caso, que resultou em um torcedor morto e outros feridos, reflete os desafios enfrentados para combater a violência no esporte.
A Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) teve um papel crucial ao identificar os envolvidos no ataque, demonstrando a importância da cooperação entre forças policiais para lidar com tais situações. Ainda assim, a dificuldade de prevenir esses atos de violência continua a ser um obstáculo significativo.
Após a emboscada, a Drade identificou oito integrantes da Mancha Alviverde como participantes do ataque. Em resposta, foi solicitada a prisão temporária de seis deles, um passo importante para reprimir tais ações violentas no futuro. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) também apoia a investigação e aguarda a decisão da Justiça sobre os pedidos de prisão.
Ainda que medidas judiciais estejam em andamento, a questão da violência nas torcidas organizadas é complexa e requer abordagens múltiplas. É essencial que as autoridades continuem a realizar esforços para entender e desmantelar as estruturas que permitem que algumas torcidas se comportem como facções criminosas.
A direção da Mancha Alviverde, torcida organizada do Palmeiras, negou participação ou incitação aos atos de violência em declaração oficial. O Palmeiras manifestou seu repúdio à violência, enquanto o Cruzeiro também expressou seu pesar pelo ocorrido. As duas equipes participam do Campeonato Brasileiro, um dos torneios mais importantes do país, o que torna a cooperação essencial para a segurança de todos os envolvidos.
Apesar das declarações públicas, a relação entre torcidas organizadas e clubes continua a ser objeto de debate. As torcidas desempenham um papel importante na cultura do futebol, mas o limite entre paixão e violência muitas vezes é ultrapassado, colocando em risco vidas e a integridade dos participantes e espectadores.
A motivação para o ataque ainda está sob investigação, mas as autoridades consideram a possibilidade de retaliação por um confronto anterior. Em 2022, uma disputa entre as torcidas deixou vários feridos, intensificando uma rivalidade já longa. Itens como barras de ferro e rojões foram apreendidos, mostrando a preparação para a violência.
O histórico de hostilidades entre a Mancha Alviverde e a Máfia Azul remonta a 1988, quando um incidente inicial consolidou a animosidade entre eles.
O Ministério Público está acompanhando as investigações, considerando a atuação das torcidas organizadas como possível atividade de facções criminosas. A designação levanta preocupações sobre a segurança nos estádios e nas vias públicas. A morte de José Victor Miranda, membro da torcida organizada do Cruzeiro, destaca tragicamente o potencial mortal de tais conflitos.