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Já estou ansioso por mais um clássico mineiro

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foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

O primeiro clássico mineiro de 2024 será em 3 de fevereiro, mas para a maioria dos torcedores começou no fim de semana que passou. Desde que terminou o jogo contra o Athletic, no sábado, os cruzeirenses só pensam no duelo pela terceira rodada do Campeonato Estadual. O mesmo ocorre com os atleticanos desde o início da noite de domingo, quando o árbitro Murilo Francisco Misson apitou o fim da partida contra o Democrata-GV.

Parafraseando Nélson Rodrigues, Atlético x Cruzeiro começa dias antes de a bola rolar. E costuma nunca terminar. Ficam para sempre na história, sendo que alguns são frequentemente lembrados pelos torcedores.

Apesar de não valer muita coisa em termos de Campeonato Mineiro, a expectativa pelo próximo clássico é enorme. O Galo é favorito absoluto, primeiro por ser mandante, atuar em sua moderna arena, com 100% da torcida a favor. Segundo, pela qualidade técnica de seu grupo, bem superior à do rival já há alguns anos. E terceiro, por ter reforçado o grupo que já era forte com o excelente Gustavo Scarpa. Para completar, o experiente Luiz Felipe Scolari segue no comando, cada vez mais à vontade no clube no qual chegou em junho do ano passado.

Isso não significa que o alvinegro vá ganhar o jogo. Uma das coisas mais legais do futebol é que nem sempre o melhor vence.

O próprio Cruzeiro provou isso no ano passado, quando venceu o primeiro clássico da história da Arena MRV por 1 a 0. Tudo bem que foi com ajuda do zagueiro Jemerson, que marcou contra, mas conseguiu algo que para muitos era considerado impossível.

A aposta dos celestes é na mística da camisa azul e na garra de seus jogadores. Com um técnico argentino recém-chegado ao futebol brasileiro, um grupo bastante reformulado e com o time ainda buscando uma identidade, resta à Raposa se apegar à tradição de superar dificuldades, como fez diante do Santos de Pelé, dentre tantas outras oportunidades, e se empenhar como nunca.

A única vantagem que o Cruzeiro pode levar é o fato de ninguém saber exatamente o que esperar da equipe. As preferências de Nicolás Larcamón que temos conhecimento são baseadas no trabalho dele no comando de outros clubes, não na equipe do Barro Preto, podendo usar isso para surpreender o rival. Mas talvez nem os próprios jogadores tenham entendido ainda o que realmente deseja o treinador.

Estou particularmente ansioso pelo clássico do próximo sábado. Quero muito que seja um grande jogo, com os dois times fazendo o melhor que podem em campo.

PERDEMOS TODOS

Só lamento que o Atlético x Cruzeiro de sábado seja com torcida única, assim como deverão ser todos os clássicos até o fim de 2025. A iniciativa dos clubes é um atestado de incompetência de ambos os lados, uma “saída mais fácil” adotada pelas diretorias, que deveriam se esforçar para promover a convivência harmônica entre os torcedores, que são rivais, mas não devem ser inimigos.

Não sou inocente a ponto de achar que teremos novamente torcida meio a meio no maior jogo do nosso estado, como era comum há até poucos anos. Existem interesses comerciais, planos de sócios, setores para patrocinadores e questões complexas de segurança, mas é plenamente possível destinar 10%, por exemplo, aos visitantes.

Vivemos em uma sociedade cada vez menos inclusiva e o futebol poderia ajudar a mudar isso. A opção, pelo visto, é por aumentar as distâncias entre os diferentes. Pobres de nós.