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Sobis detona presidente do Cruzeiro e cita “inferno” durante série B

Rafael Sobis aposentou dos gramados há um ano e meio, quando viu o Mineirão lotado para sua despedida no Cruzeiro. Atuando pelo time na fase de maior dificuldade de sua história, o ex-jogador revelou momentos críticos do clube em entrevista recente ao canal de Samuel Venâncio.

As principais críticas de Sobis foram para o presidente do clube, Sérgio Santos Rodrigues, que não gerencia mais o clube. Isso porque, o ex-jogador Ronaldo é quem detém maior parte da SAF do clube mineiro, que após três anos na série B conseguiu o acesso à elite do futebol brasileiro.

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Durante a fase em que os salários em diversos departamentos da Raposa estavam atrasados, Sobis contou: “Falo sem modéstia: nós (jogadores e outros funcionários) salvamos o Cruzeiro da terceira divisão. Era um negócio bizarro, tristeza todos os dias. Vivemos um inferno todos os dias.”

Camisa 10 na época, o ex-jogador revelou que o então técnico Felipão, que hoje treina o Atlético, pagou a passagem de um jogador que foi expulso e não jogaria a próxima partida, também fora de casa.

“Teve uma vez que um jogador foi expulso, e a gente tinha dois jogos fora. Ele tinha que voltar, porque não fazia sentido ele ir para o outro. O Felipão pagou a passagem do bolso dele. Era um calvário. Vocês não têm noção do que a gente vivia”, continuou.

Outras situações foram citadas por Sobis como, por exemplo, quando Manoel, hoje jogando pelo Fluminense, pagou o parto do filho de um colega também jogador do Cruzeiro.

“Viramos pais dos meninos. A pressão sobre eles era sacanagem. O Manoel ajudou a pagar parto de filho de colega nosso. Também ajudou a pagar conta de luz de jogador. Não tinha como, e os caras na imprensa xingando a gente. A gente ainda tinha que jogar…”, contou Sobis.

Segundo o ex-jogador, a principal crítica foi quanto a sensação de abandono do presidente. Embora prometesse que iria pagar os salários, ele ficava tempos sem se comunicar com o time e dar satisfação quanto aos pagamentos. Sobis inclusive, deixou de ganhar alguns direitos enquanto jogou no clube.

“Eu vim ganhando menos e deixei para trás os direitos que tinha do restante do contrato, fundo de garantia, essas coisas. (…) Voltei. Tinha o acordo, e aí o Sérgio falou: “A dívida, nós só conseguimos começar a pagar em fevereiro”. E eu falei que estava tranquilo. Resumindo: pagou uma ou duas do novo acordo, nunca mais pagou. E do meu lado todos os dias.”, completou.

Mariana Valbão

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