O americano Thomas Hoover foi levado ao Baptist Health Richmond Hospital, no Kentucky, após uma overdose. Ele foi declarado com morte cerebral, mas a história tomou um rumo inesperado.
Enquanto exames para a doação de órgãos estavam em andamento, seu corpo apresentou sinais incompatíveis com a condição declarada. Natasha Miller, responsável pelo cuidado dos órgãos, relatou que Thomas parecia “ainda muito vivo”, o que contradizia o diagnóstico inicial de morte cerebral. O caso aconteceu em outubro de 2021.
Relatos indicam que Thomas foi levado para a mesa de operação onde os testes continuaram. Miller descreveu movimentos e lágrimas do paciente, que foram desconsiderados por alguns profissionais como reflexos. No entanto, a situação foi suficiente para que dois médicos se recusassem a continuar com o procedimento.
O coordenador da Kentucky Organ Donor Affiliates (KODA) teria pressionado por novos médicos para dar continuidade à coleta de órgãos, apesar das preocupações levantadas por parte da equipe presente.
Nyckoletta Martin, uma funcionária da KODA, ficou alarmada com a situação. Durante a revisão do caso, Martin notou que Thomas havia apresentado sinais de vida, como movimentos, durante o procedimento do cateterismo cardíaco. A falta de ação rápida e adequada gerou revolta e levou à demissão de alguns membros da KODA que se recusaram a participar de tais práticas.
Daí surgiu um questionamento sobre as medidas de proteção dos doadores e a ética em torno de procedimentos de doação em casos de morte cerebral presumida.
O caso chegou aos ouvidos do procurador-geral de Kentucky e está sob investigação por autoridades de saúde federais. As consequências incluem não apenas o escrutínio da prática hospitalar, mas também uma revisão das políticas de doação de órgãos em nível nacional.
Diante de um cenário delicado, a proteção dos doadores e a clareza nos protocolos voltaram ao centro das discussões médicas e legais. A sobrevivência de Thomas, que agora vive com a irmã e ainda enfrenta desafios de saúde, lança uma nova luz sobre a complexidade dos procedimentos de doação de órgãos.
Casos como o de Thomas Hoover abrem um importante debate sobre o futuro da doação de órgãos. Estes episódios reforçam a necessidade de protocolos mais rígidos e treinamentos mais eficazes para garantir que pacientes e potenciais doadores sejam tratados com o máximo respeito e segurança.