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Menina de 8 anos sobrevive a ataque na Síria fingindo estar morta

Família foi executada em Sweida durante operação do exército; criança será levada ao Líbano para cirurgia de reconstrução facial

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Guerra na Síria
Hala, de 8 anos, é única sobrevivente da família no sul do país; região registra mais de 1.400 mortos nas últimas semanas

Hala Al-Khatib, de 8 anos, sobreviveu a um ataque armado na cidade de Sweida, no sul da Síria, após levar um tiro no rosto e se fingir de morta. 



A ação foi atribuída a tropas do exército sírio, que invadiram a casa onde vivia com os pais e duas irmãs. Todos os familiares da menina foram executados durante a operação.

Ferida e sozinha, Hala permaneceu imóvel entre os corpos até o fim da ofensiva. Só então conseguiu sair em busca de ajuda. O caso ocorreu nas últimas semanas em um dos episódios mais violentos desde o início da guerra civil no país, que já dura mais de uma década.

Guerra na Síria

Violência em Sweida

A cidade de Sweida, de maioria drusa, tem sido alvo de ataques de diferentes grupos armados. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, mais de 1.400 pessoas morreram 

A criança será levada para Damasco e, em seguida, ao Líbano, onde passará por cirurgias de reconstrução facial com apoio de médicos brasileiros. Seu caso vem sendo acompanhado pelo fotógrafo e documentarista Gabriel Chaim, que está na região registrando os efeitos da escalada de violência.

Contexto político e estratégico

Sweida fica a cerca de 100 km da capital e próxima à fronteira com Israel. O território tem valor estratégico e concentra parte da população drusa, minoria étnico-religiosa que resiste à entrega de armas em meio à insegurança. 

Desde a queda do regime de Bashar al-Assad, o país é governado interinamente por Ahmed al-Sharaa. A instabilidade política e a multiplicação de milícias tornaram civis alvos frequentes de execuções e massacres.