Irlandês Paul Farrel aguarda resgate após cair de penhasco no Monte Rinjani, na Indonésia, em outubro de 2024 (Foto: reprodução)
O Monte Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia, voltou ao noticiário após a morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, na última terça-feira (25). A jovem foi localizada sem vida na segunda montanha mais alta do país, com 3.726 metros de altitude — um destino cobiçado por turistas e trilheiros, mas também marcado por acidentes fatais e resgates de alto risco.
Em outubro de 2024, o irlandês Paul Farrel, de 31 anos, caiu de um penhasco de aproximadamente 200 metros enquanto fazia trilha sozinho na mesma região. Apesar da queda violenta, ele sobreviveu. Paul conseguiu sinal de celular e acionou um resort nas proximidades pedindo ajuda. Equipes de resgate que já estavam no local conseguiram socorrê-lo após uma operação com cordas e rapel.
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Imagens divulgadas à época mostram o momento em que um socorrista desce o paredão para alcançar o irlandês, que apresentava cortes profundos no rosto e nos membros, além de ferimentos no ombro. Segundo seu relato, o dia estava ensolarado e ele se abrigava à sombra de uma pedra quando foi localizado. Ao ser resgatado, acendeu um cigarro e agradeceu:
“Muito obrigado. Vocês salvaram minha vida. Eu jamais teria conseguido sair dali sozinho”, disse, segundo reportagens locais.
A mesma equipe de resgate já havia sido mobilizada naquela ocasião para recuperar o corpo do indonésio Kaifat Rafi Mubarraq, de 16 anos, desaparecido em 29 de setembro de 2024 durante uma trilha com amigos. Ele foi encontrado sem vida após uma semana de buscas com drones e equipes terrestres.
Apesar da fama entre aventureiros, o Monte Rinjani acumula estatísticas alarmantes. Dados oficiais do Escritório do Parque Nacional do Monte Rinjani, divulgados em março deste ano, revelam um aumento expressivo nas ocorrências:
Em apenas um ano, o número de acidentes praticamente dobrou, revelando a crescente pressão turística sobre a área sem o devido preparo ou infraestrutura para garantir segurança aos visitantes. A morte de Juliana expõe novamente esse cenário crítico.