Vinho que estava aberto na casa do homem teria sido o alvo do envenenamento | Daria ♡/Unsplash
Uma mulher de 33 anos foi detida em Ridgefield, Connecticut (EUA), após ser acusada de envenenar o ex-marido em meio a uma intensa disputa pela custódia de seus filhos. Ela teria contaminado o vinho e o chá gelado da casa da vítima com etilenoglicol, substância tóxica e usada em anticongelantes.
Kristen Hogan foi presa na última sexta-feira e enfrenta acusações de duas tentativas de assassinato e uma de interferência com um oficial.
O homem, cuja identidade não foi revelada nos documentos judiciais, ingeriu uma “pequena quantidade” do vinho que estava na geladeira. Ele começou a se sentir doente durante a noite, apresentando vômito e mal-estar no dia seguinte.
A mãe da vítima foi até a casa dele e o encontrou “arrastando as palavras, cambaleando e vomitando”, o que fez com que ela o levasse imediatamente ao hospital. No local, os médicos inicialmente suspeitaram de um derrame, mas monitorando os sintomas, identificaram sinais de envenenamento por etilenoglicol. Ele foi então transferido para a UTI e submetido à diálise devido a um quadro de insuficiência renal.
O homem informou aos médicos sobre o vinho que bebeu. A garrafa já estava aberta há cinco dias, tendo sido inicialmente consumida em um jantar e depois refrigerada.
Ele se reuniu com detetives da Polícia de Ridgefield e expressou sua suspeita de que Hogan havia envenenado a bebida dias antes. No mesmo dia da suspeita, Hogan deveria ter ido a uma audiência judicial, mas não compareceu. Na mesma data, o homem recebeu um alerta indicando que o celular de Hogan havia se conectado ao seu Wi-Fi residencial e carregado dados.
Ele explicou aos investigadores que Hogan, com quem ele compartilha um filho, tinha acesso total e irrestrito à residência. Ele também afirmou que ela foi a “última pessoa, além dele próprio, a estar na residência antes de ele beber o vinho já aberto”.
O vinho foi apreendido pelos detetives e submetido ao Laboratório Forense de Connecticut, onde foi confirmado o resultado positivo para etilenoglicol.
Inicialmente, Hogan negou qualquer irregularidade quando confrontada pela polícia. No entanto, os investigadores encontraram em seu celular buscas por diversas substâncias tóxicas, como “cianeto de potássio” e “monoetilenoglicol”, além de perguntas sobre “quanto dessas substâncias mataria”.
Hogan tentou explicar o monoetilenoglicol, dizendo que o havia comprado no final de julho para limpar o carpete na casa de sua mãe. Ela também afirmou que reconheceu a palavra “cianeto” da série de televisão Psych.
Posteriormente, ela acabou confessando ter misturado o líquido tóxico no vinho tinto do ex-marido, que estava “quase cheio”. Hogan alegou que “nunca quis matá-lo, mas apenas queria deixá-lo doente como vingança por ser mentalmente abusivo”. Ela não soube especificar a quantidade de etilenoglicol adicionada, mas afirmou ter despejado uma quantidade desconhecida.
Os detetives informaram Hogan sobre o potencial risco de a criança que ela compartilha com o ex-marido ter consumido o veneno, o que ela negou “veementemente”. Contudo, o filho do casal foi hospitalizado no final de setembro com sintomas semelhantes aos do pai. Hogan afirmou que apenas o vinho e o chá gelado foram adulterados, e que “ninguém mais sabia que ela estava adulterando as bebidas [da vítima]”.
O homem disse à polícia que acreditava que a motivação de Hogan para o envenenamento era obter a propriedade total da residência e conseguir a custódia integral da criança.
Atualmente, Kristen Hogan está detida sob uma fiança estabelecida em US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 5.309.898,98).