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Pais pagam até R$ 60 mil para especialistas definirem nome dos filhos

Escolher o nome de um bebê sempre foi uma decisão carregada de significados. No entanto, nos Estados Unidos, essa etapa da gestação ganhou um novo capítulo, e um mercado próprio. Cada vez mais famílias estão recorrendo a consultoras especializadas para definir como seus filhos serão chamados, pagando valores que podem chegar a R$ 60 mil.

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A prática, que já movimenta listas de espera e pacotes exclusivos, se apoia em tendências culturais, influências digitais e na busca por originalidade. Além disso, tornou-se um serviço que cresce em meio ao excesso de informações e à insegurança de pais diante de tantas possibilidades.

Profissão em alta: como funciona o serviço

A californiana Taylor Humphrey é uma das pioneiras do setor. Ela começou produzindo conteúdo sobre nomes de bebês nas redes sociais e, com a demanda crescente, transformou o hobby em um negócio. Hoje, atende milhares de famílias e oferece pacotes que partem de R$ 8 mil.

Seu serviço inclui relatórios completos, consultas remotas, análise da árvore genealógica e sugestões personalizadas. Segundo ela, não é raro ser procurada em situações extremas. “Alguns pais ligam desesperados do hospital dizendo: ‘Não podemos sair sem registrar o nome. E agora?’”, contou à emissora KCRA 3.

Serviços premium chegam ao valor de um carro popular

Outra profissional que se destacou nesse mercado é a americana Sophie Kihm, que já cobrou R$ 60 mil por um pacote completo. O valor inclui acompanhamento durante toda a gestação e uma curadoria contínua de nomes, alinhada ao estilo, história familiar, origens culturais e preferências estéticas dos pais.

O alto preço, segundo especialistas do setor, reflete o trabalho minucioso e, principalmente, o apelo emocional envolvido. Muitas famílias buscam nomes únicos, simbólicos e que tragam alguma distinção social, fatores que impulsionam o mercado.

Por que esse serviço cresceu?

Vários elementos ajudam a explicar o aumento da procura:

  • Personalização: pais querem nomes exclusivos e com significado;
  • Sobrecarga de informação: listas, tendências e debates online dificultam a escolha;
  • Influência das redes sociais: criadoras de conteúdo transformaram o tema em referência;
  • Pressão social: o nome é visto como parte da identidade e do futuro da criança.

Além disso, a cultura americana valoriza serviços de consultoria em diferentes etapas da vida, o que facilita a adesão a novos nichos.

Tendência deve se espalhar?

Embora ainda pouco comum no Brasil, especialistas avaliam que o movimento pode ganhar força, especialmente entre famílias com maior poder aquisitivo ou que seguem tendências importadas. A personalização e a ideia de criar uma identidade marcante, inclusive para redes sociais futuras, entram como fatores determinantes.

Com isso, o que antes era uma decisão íntima entre pais e familiares se transforma, cada vez mais, em um serviço profissionalizado, e altamente lucrativo, que promete ajudar a formar não só um nome, mas uma narrativa.

Maria Clara Landim

Jornalista formada pela PUC Minas, com experiência em fotojornalismo, assessoria de imprensa e jornalismo digital. Já atuou nas redes sociais e na redação da Rádio Itatiaia e como pesquisadora na Comunidade Quilombola de Pinhões. Atualmente, é repórter e redatora nos portais Sou BH e Aqui.