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Professora é afastada de escola católica por fazer barriga de aluguel

Uma professora de 35 anos que dá aula no jardim de infância há mais de três anos na mesma escola foi afastada de suas funções após notificar a instituição de que estava gestando um bebê como barriga de aluguel para um casal. O episódio ocorreu na St. Mary School, em Vineland, no Sul de Nova Jersey (EUA).

Segundo a escola, o motivo do afastamento de Jadira Bonilla seria uma possível violação de seu contrato de trabalho e dos “princípios educacionais” da escola, que são guiados pela doutrina da Igreja Católica.

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O diretor da escola, Steven Hogan, defendeu a decisão, afirmando que a posição da Igreja Católica sobre a barriga de aluguel é o que “guia nossos princípios educacionais”. Hogan, no entanto, também se referiu à Bonilla como uma professora “valorizada” e expressou a esperança de que ela “um dia volte a lecionar em nossa escola com o pleno conhecimento de nossa fé”.

Ele acrescentou que a escola esperava se reunir com Bonilla para ajudá-la a entender completamente o ensinamento da Igreja, mas que isso ainda não havia acontecido.

Bonilla, que está com 25 semanas de gestação, lamentou a punição, dizendo que se sente “magoada” e que “está sendo punida como se tivesse cometido um crime”. Ela enfatizou que seu propósito é “ajudar uma família”.

A professora de Vineland ressaltou que, em uma reunião anterior com o diretor, no ano passado, ele lhe teria dito que ela não poderia trabalhar na St. Mary School enquanto estivesse carregando o bebê de outro casal. Na ocasião, Bonilla solicitou a documentação escrita da decisão, mas não a recebeu.

Bonilla afirmou que a escola não mencionou a barriga de aluguel ou a fertilização in vitro (FIV) em seu contrato ou manual do funcionário. Ela não considerou que seria um problema significativo, visto que já havia atuado como barriga de aluguel anteriormente, enquanto trabalhava em uma escola católica diferente. Ela relatou que achou a resposta de Hogan como “julgadora”.

Bonilla foi inspirada a se tornar uma barriga de aluguel após descobrir que sua prima não podia engravidar por motivos médicos. Ela já havia gestado um bebê para o casal atual.
A professora, que “ama seu trabalho” e sente falta da sala de aula, foi chamada para uma reunião com funcionários da Diocese de Camden em 12 de setembro, onde foi informada de que estava “possivelmente” violando seu contrato, e seria colocada de licença enquanto aguardava uma “investigação”.

Apesar do conflito com a administração, Bonilla tem recebido apoio de muitos pais da escola.

A situação ocorre devido a uma decisão da Suprema Corte de Nova Jersey de 2023, que determinou que entidades religiosas não são obrigadas a seguir as leis anti-discriminação quando estas entram em conflito com sua fé. Essa decisão permitiu legalmente que uma escola católica em Kenilworth demitisse uma mulher por revelar que estava grávida e não era casada.

Redação Aqui

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