A semana começa com os dois gigantes mineiros novamente voltando suas atenções para competições internacionais. Se o Atlético tenta garantir antecipadamente a vaga nas oitavas de final da Copa Libertadores desafiando o Rosario Central, na Argentina, o Cruzeiro precisa da vitória sobre o Alianza-COL, na Colômbia, para seguir vivo na Copa Sul-Americana.

As situações dos rivais mostram bem a realidade de cada um. Enquanto o Galo tem elenco para lutar pelos títulos também no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil, a Raposa deveria se concentrar em apenas uma frente, no caso, fazer a melhor campanha possível na Série A.

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Uso um exemplo recente e bem próximo para justificar minha opinião. O América, no ano passado, almejou as finais da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana concomitantemente disputava o Brasileiro. Para isso, investiu pesado na contratação de jogadores, tendo a folha salarial mais alta de sua história, segundo os próprios dirigentes.

Deu errado. Acabou eliminado pelo Corinthians, na disputa de pênaltis, nas quartas de final do mata-mata nacional; e pelo Fortaleza na mesma fase do torneio internacional. Como desgraça pouca é bobagem, fez uma campanha pífia na Primeira Divisão, sendo rebaixado à Série B com apenas 24 pontos, frutos de míseras cinco vitórias e nove empates em 38 jogos.

Além de não ter 22 ou 23 jogadores no mesmo nível para poder “rodar” a escalação e evitar o desgaste, o Coelho sofreu baque psicológico. Com grande expectativa depois de boa campanha na Série A de 2022, ficou abatido depois dos resultados ruins em 2023 e não conseguiu se reerguer.

O Cruzeiro já vivenciou grande decepção nesta temporada ao ser eliminado pelo modesto Sousa-PB logo na estreia na Copa do Brasil. Agora, pode não passar da fase de grupos da Sul-Americana. Mesmo se avançar, não é certo que terá força para jogar os mata-matas internacionais e o Brasileiro, que é sempre muito difícil, ao mesmo tempo.

Obviamente nenhum torcedor gosta de ver seu time perder ou deseja uma eliminação. Mas alguns cruzeirenses admitem, em conversas ou publicações em redes sociais, que sair da Sul-Americana neste primeiro semestre não seria de todo ruim, pensando que se manter na Primeira Divisão deve ser novamente a prioridade em 2024, ainda que seja pouco pela tradição da centenária agremiação fundada no Barro Preto.

Claro que tudo pode mudar se os novos gestores da SAF celeste realmente investirem em contratações na janela do meio do ano. O problema é que há muitos jogos até o dia 10 de julho, quando os clubes brasileiros poderão voltar a inscrever novos jogadores.

SOLIDARIEDADE O Brasil inteiro está triste com o sofrimento da população gaúcha, atingida por enchentes. Acertadamente, a CBF adiou jogos das equipes do Rio Grande do Sul nas Séries A, C e D, do naipe masculino, e A1 e A2, do Feminino, no Campeonato Brasileiro.

Muita gente defende que todas as competições esportivas deveriam parar em solidariedade aos irmãos e irmãs dos pampas. Não sei se é o caso. Há muito o esporte profissional se transformou em uma indústria e não vejo ninguém pedindo para outras atividades econômicas paralisarem suas atividades enquanto as águas não baixarem nas ruas de Porto Alegre e outras cidades do estado. Mas posso estar errado. Qual sua opinião?

Paulo Galvão

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