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Adolescente agride colega de 16 anos, em sala de aula. Vídeo viraliza e revolta internautas

Por Naiana Andrade e Luiza Galvão

As agressões aconteceram dentro de uma escola pública, em Guarani (MG)

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Jovem agride colega em sala de aula e imagens viralizam. |Crédito: Frame reprodução Redes Sociais

E se fosse o seu filho? A reportagem do portal Aqui conversou com a mãe do adolescente, de 34 anos. Ele foi agredido a socos e tapas dentro da sala de aula por uma colega de turma. A violência aconteceu, nesta semana, na Escola Estadual José Alvarez Filho, em Guarani, município que fica a 75 quilômetros de Juiz de Fora.

Imagens de agressão dentro de sala de aula revoltam internautas. |Crédito: Reprodução Redes Sociais

A mãe conta que o filho tem sido vítima de bullying de forma recorrente e já teria sofrido outras agressões anteriormente. “Ele está, emocionalmente, muito abalado, apesar de não estar com lesões físicas aparentes. Eu ainda não sei se tenho condições de voltar com ele para escola porque essa não foi a primeira vez que ele apanhou”, conta emocionada.

A mulher disse que tudo começou porque o filho dela teria ocupado uma mesa que a colega de turma queria ou tinha o hábito de usar. “Como ela não gostou, bateu no meu filho com muita violência. Dói ver quando ele apanha. Por sorte, um estudante da sala fez imagens do momento em que meu filho apanha calado”, afirma. Ainda segundo a mãe, o adolescente sempre foi instruído a não ser violento com ninguém. “Eu sempre sentia que ele era agredido, de alguma forma, em sala de aula, mas nunca tinha como provar. Agora, com esse vídeo eu tenho. O meu filho é diagnosticado com transtorno de déficit de atenção e é muito calado e introspectivo. Já estávamos investigando, inclusive, se ele teria algum diagnóstico de autismo (um transtorno no desenvolvimento neurológico da criança, que gera alterações na comunicação, dificuldade ou ausência de interação social, de acordo com especialistas) ”, explica.

Para ela, assim como para a maioria das pessoas que assiste às imagens, o que chama a atenção, além da agressividade da menina, é que o jovem não reage e nem pede que parem com as agressões. “Ele apanhou calado e quando vejo isso e penso que pode estar acontecendo com muitas outras famílias. Isso é o que me motiva a falar desse problema que considero ser uma intolerância de jovens com quem é calado, diferente. Meninos e meninas assim sofrem dentro das escolas o tempo todo e os pais ficam sem saber o que fazer ou sem saber o que pode estar acontecendo. E pior, as coisas são resolvidas dentro da escola sem chegar muitas vezes para os pais ou responsáveis”, explica a mãe.

#justiçapelomiguel

Nas redes sociais, até quem não conhece o jovem que foi agredido diz sentir arrepios ao ver as imagens. Há um movimento de comoção tão grande que ganhou até a #justiçapelomiguel. Muitas mães e pais se solidarizam com a família e descrevem que o rapaz é muito gentil e nunca se envolveu em problemas. “Pelo contrário, meu filho é muito querido na cidade porque antes de ir para escola, que é tem tempo integral, ele estudava meio período e ajudava o pai nos serviços, indo de casa em casa para manutenção de eletrodomésticos. Onde ele ia era bem recebido pelas pessoas”, diz.

Uma professora que já teria dado aulas para o jovem, antes, diz em uma mensagem nas redes sociais: “Meu Deus!!! Estou indignada e muito triste…Miguel é um menino tão bom. Amei dar a aula para ele. Ele é inteligente, esperto, corajoso. Vendo essas coisas, meu coração dói muito. Isso não pode ser tolerado nem com ele, nem com ninguém”, afirma a professora.


Para outra internauta, a ação dos colegas que aparecem no vídeo incomoda: “Todos os colegas também precisam ser punidos por não denunciar e ainda debochar”. Outra pessoa, também, por mensagem nas redes sociais, chama para uma manifestação de rua, após assistir ao vídeo: “…tem que fazer um movimento na porta da escola. Chamar a polícia. Exigir punição … .isso não pode ficar assim poderia ter sido pior a agressão”.


A equipe do Portal Aqui ligou para a direção da Estadual José Alvarez Filho, mas disseram que o posicionamento é da Superintendência de Estadual de Educação que fica em Ubá, na mesma região. A mãe conta que se reuniu com representantes da Superintendência em Ubá. “A prefeitura de Guarani disse que nós podemos usar os serviços municipais para acolhimento do meu filho. Isso foi dito em nota e enviado para a Superintendência, que me mostrou enquanto estávamos em reunião ontem (17/03)”, concluiu a mãe.

A mãe do Miguel disse que a menina que aparece no vídeo agredindo o filho dela foi suspensa da aula por dois dias e perdeu pontos de conceito na escola. Nossa equipe tentou achar a jovem, mas a identidade dela não foi revelada.

Em nota, a Assessoria de Comunicação da Polícia Civil informou que o caso é investigado e, de acordo com o delegado Rafael Nalin, o adolescente passará por exame de corpo de delito e as testemunhas estão sendo intimadas com urgência, para prestar as declarações que vão embasar o inquérito.

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