Materiais apreendidos na Operação Veracidade em Ribeirão das Neves
Uma agente de saúde da Prefeitura de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi presa em flagrante pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) suspeita de falsificar e vender atestados médicos. A prisão ocorreu durante a Operação Veracidade, que apura um esquema de comercialização de documentos falsos com prejuízo estimado em mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos.
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Segundo a PCMG, a mulher, de 42 anos, foi surpreendida no momento em que entregava um atestado falso a uma pessoa. Durante o interrogatório, ela confessou o crime e admitiu que criava os documentos com carimbos adulterados e dados de médicos reais, obtidos em receituários e registros disponíveis na internet. As encomendas, conforme a investigação, eram feitas por aplicativos de mensagens.
Durante o cumprimento do mandado de busca, os policiais encontraram cinco carimbos com nomes e registros de médicos, 173 atestados preenchidos, 28 em branco, 43 receituários, 31 declarações de comparecimento, além de guias de exames, relatórios de saúde e avisos de alta hospitalar. Todo o material foi recolhido e encaminhado ao Instituto de Criminalística da Polícia Civil para perícia.
As investigações apontam que o esquema era contínuo e bem organizado, com uso indevido de timbres da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão das Neves e de identidades médicas reais, sem autorização dos profissionais. Os documentos falsificados eram usados, principalmente, por servidores públicos estaduais para justificar faltas e afastamentos remunerados indevidos.
A Divisão Especializada de Combate à Corrupção, Fraudes e Crimes Contra a Ordem Tributária estima que o prejuízo causado pelo esquema ultrapassa R$ 1 milhão.
A operação foi coordenada pelo Departamento Estadual de Combate à Corrupção e Fraudes (Deccof), com apoio da Agência Central de Inteligência da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (AGCI/Sejusp), do Gabinete de Segurança e Inteligência do Ministério Público de Minas Gerais (GSI/MPMG) e da Superintendência de Informação e Inteligência da Polícia Penal (SIIPP).
A agente foi autuada em flagrante por falsificação de documentos públicos e particulares. As investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos.
Em nota, a Prefeitura de Ribeirão das Neves afirmou que não recebeu nenhum comunicado oficial da Polícia Civil sobre o caso.
“A administração municipal aguarda o desfecho das investigações conduzidas pelas autoridades competentes, para então adotar as medidas administrativas e judiciais cabíveis, caso necessário”, declarou o município.
