Berranteiro cruza as Américas montado em uma mula

Pedro Henrique atravessa países montado em uma mula e acompanhado de um cão. Conhecido nas redes como @Berranteiro, o paulista de Orindiúva segue viagem pelas Américas com um objetivo de levar a cultura do peão de boiadeiro para além das fronteiras do Brasil.

O trajeto começou em agosto de 2024, quando Pedro saiu do país dirigindo uma Ford F-1000 rumo aos Estados Unidos. Ao chegar em Oklahoma, recebeu duas mulas de um criador local. Desde então, passou a seguir viagem no lombo do animal, sempre ao lado de Bastião, seu Border Collie.

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Natural da zona rural, Pedro é formado em engenharia civil, profissão que deixou para seguir estrada. A mudança veio acompanhada da vontade de valorizar práticas tradicionais ligadas ao campo, com destaque para a mula, usada historicamente em comitivas e no transporte de gado.

Viagem busca reconhecimento da cultura sertaneja

Mais do que uma travessia física, a jornada carrega uma intenção simbólica. Pedro afirma que quer dar visibilidade ao papel da mula no cotidiano rural, animal que considera importante e pouco reconhecido. Ao final da viagem, planeja doar uma das mulas ao Hospital de Amor, em Barretos, como gesto de encerramento do percurso.

Durante o trajeto, registra tudo com vídeos e relatos publicados nas redes. Os conteúdos viralizam com frequência, ampliando o alcance do projeto e atraindo apoio das populações locais. Por onde passa, Pedro recebe ajuda com abrigo, alimentação e documentação — especialmente necessária por estar conduzindo animais entre diferentes países.

A burocracia internacional se tornou um dos principais obstáculos. Leis sanitárias variam de país para país e exigem vacinas, laudos e autorizações para o trânsito de animais. Pedro diz que só consegue avançar por conta da colaboração de pessoas que encontra pelo caminho.

Próxima parada: Barretos, 2026

Atualmente, Pedro está em Tapachula, no sul do México. O plano é seguir viagem até o Brasil e encerrar o ciclo em Barretos, durante a Festa do Peão de 2026. Até lá, pretende escrever um livro sobre a jornada, reunir histórias, registrar encontros e firmar a caminhada como uma travessia cultural.