
Allani Rayanne, 24, foi encontrada com sinais de tortura em Caruaru; polícia apura se houve estupro antes do assassinato motivado por herança
A Polícia Civil de Pernambuco investiga se Allani Rayanne dos Santos, 24 anos, foi vítima de violência sexual antes de ser assassinada em Caruaru, no Agreste do estado. A jovem foi encontrada amarrada e com sinais de tortura dentro da própria casa, na segunda-feira (17).
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A possibilidade de abuso sexual consta no Boletim de Identificação de Cadáver, citado em decisão da audiência de custódia, as informações são do G1. O documento menciona a hipótese de “relação sexual prévia ou estupro”.
Para esclarecer o ponto, a polícia colheu material genético para análise. Segundo o delegado responsável, Eric Costa, os exames tanatoscópico e sexológico devem confirmar ou descartar a prática do crime. Os resultados devem sair nos próximos dias.
Além disso, a polícia apura episódios anteriores que podem reforçar a suspeita de violência sexual. Contudo, os detalhes permanecem sob sigilo.
A investigação também revelou que a mãe da jovem, Andrea Maria dos Santos da Silva, e o companheiro dela, Josemi José de Santana Filho, são os principais suspeitos do assassinato. Ambos estão presos preventivamente desde a audiência de custódia realizada nessa última quarta-feira (19).
Andrea foi levada para a Colônia Penal Feminina do Bom Pastor, no Recife. Já Josemi segue detido na Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru.
Embora a mãe tenha negado o envolvimento ao ser presa, a versão não convenceu. Segundo o delegado, os elementos coletados “não são verossímeis” e apontam que ela planejou o crime ao lado do companheiro.
As investigações indicam que uma herança deixada pelo avô materno de Allani teria motivado o crime. O suspeito afirmou em depoimento que exigiu que a jovem transferisse o dinheiro, e a recusa teria desencadeado as agressões.
A polícia apura se os valores realmente existiam e se havia disputa por imóveis entre mãe e filha.
Segundo a Polícia Civil, Josemi entrou na casa da vítima durante a madrugada sob o pretexto de realizar um “trabalho espiritual”. Ele se apresentava como uma espécie de guia tanto para Allani quanto para a mãe dela.
Ainda conforme a investigação:
O homem confessou que agiu a mando da mãe da jovem.
Natural de Sirinhaém, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, Allani era descrita por amigos como tranquila e reservada. A jovem cursava pedagogia em uma universidade particular e fazia estágio em um colégio privado em Caruaru. Além da rotina de estudos, ela administrava bens herdados do avô.
A Polícia Civil aguarda o resultado das perícias, incluindo a análise do material genético recolhido nas armas. A corporação também traça o perfil psicológico da vítima e da mãe para entender a dinâmica familiar e possíveis movimentações financeiras entre as duas.