Cometa interestelar 3I/Atlas cruzando o céu em direção ao Sistema Solar externo; objeto deve ter a trajetória desviada após passar perto de Júpiter
O visitante intergaláctico 3I/Atlas continua intrigando astrônomos ao redor do mundo. Depois de cruzar o Sol e seguir rumo à saída do Sistema Solar, o cometa pode ter sua rota radicalmente alterada ao passar próximo de Júpiter, segundo novo estudo publicado por pesquisadores do Laboratório de Pesquisa Física, em Ahmedabad, na Índia. Embora o artigo ainda não tenha sido revisado por pares, as conclusões chamam atenção pela dimensão da possível interferência gravitacional.
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Segundo a equipe, o 3I/Atlas deve sofrer perturbações significativas durante suas aproximações com Marte e, especialmente, com Júpiter. Isso ocorre porque o cometa passará muito próximo do Raio de Hill do gigante gasoso, a região em que o planeta exerce forte domínio gravitacional e pode desviar a rota de corpos menores. Enquanto Marte deve causar apenas uma pequena influência, Júpiter possui potencial para “puxar” ou “empurrar” o cometa, modificando seu caminho de forma mais intensa.
O encontro decisivo com Júpiter está previsto para março de 2026. A partir daí, o 3I/Atlas deve deixar o Sistema Solar, mas não pelo mesmo caminho que entrou. Os astrônomos estimam que, após a interação gravitacional, ele será arremessado em direção à constelação de Gêmeos, iniciando uma jornada de aproximadamente 100 anos.
Curiosamente, antes de ser detectado por observatórios terrestres, o cometa já havia passado pela constelação de Sagitário há cerca de um século, o que reforça sua viagem prolongada pelo espaço interestelar.
A aproximação com Júpiter não será importante apenas para cálculos orbitais. Como o planeta é orbitado pela sonda Juno, os cientistas esperam imagens privilegiadas do encontro. Entre 9 e 22 de março de 2026, a sonda deve estar na posição ideal para observar o 3I/Atlas, o que pode render registros raros do comportamento de um cometa vindo de fora do Sistema Solar.
Mas o momento mais aguardado para o público ocorre ainda em 2025. O cometa deve fazer sua aproximação mais próxima com a Terra em 19 de dezembro, quando poderá ser observado com mais clareza por astrônomos e entusiastas. A expectativa é de que esse evento ajude a compreender melhor a composição e a dinâmica dos objetos interestelares, que seguem sendo um dos maiores mistérios da astronomia moderna.
Com rota imprevisível, longa trajetória e encontros históricos, o 3I/Atlas promete ser um dos fenômenos astronômicos mais estudados dos próximos anos, e talvez um dos mais surpreendentes.
