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Economia

Conta de luz ficará 7,36% mais cara em MG a partir de maio

Reajuste autorizado pela Aneel eleva conta residencial em 7,36%; Geração Distribuída concentra mais de 80% dos repasses subsidiados

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Encargos e subsídios pressionam tarifa, que subirá 7,36% para residências e 2,02% para beneficiários da tarifa social

A conta de energia elétrica dos consumidores residenciais da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) será reajustada em 7,36% a partir do próximo dia 28 de maio. O aumento foi aprovado nesta terça-feira (20) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e vale até maio de 2026, segundo previsão contratual da concessionária.

Para os beneficiários da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE), o acréscimo será de 2,02%. As faturas com o reajuste total começarão a ser percebidas apenas em junho, com vencimento em julho, já que o consumo anterior à nova tarifa ainda será parcialmente cobrado com os valores antigos.

Parte do reajuste vem de taxas usadas

A Cemig afirma que o aumento foi pressionado principalmente pelos encargos setoriais, que respondem por 4,63% do novo valor. Esses encargos financiam políticas públicas, como a universalização do acesso à energia, a manutenção da tarifa social, estímulos às fontes renováveis e programas de desenvolvimento energético.

A mudança não será sentida de forma imediata. Como o consumo de energia costuma ser cobrado com base em períodos que abrangem mais de um mês, a conta com vencimento em junho ainda trará uma fração dos custos com base na tarifa antiga. O impacto total será registrado apenas nas contas que vencerem a partir de julho.

Clientes bancam subsídios a outros consumidores

Os subsídios embutidos nas faturas de energia têm peso significativo na composição final da tarifa. De acordo com a Cemig, grande parte dos repasses em MG é direcionada ao financiamento de unidades de geração de energia, especialmente ligadas à Geração Distribuída (GD), como a energia solar.

Relatório da própria Aneel, o “Subsidiômetro”, mostra que 17,33% do valor cobrado nas contas dos clientes da Cemig Distribuição foi utilizado em 2023 para custear subsídios a outros consumidores. No total, os mineiros pagaram R$ 3,5 bilhões no ano passado — um crescimento de 29,63% em comparação a 2022.

A estimativa para 2025 é que os consumidores mineiros arquem com cerca de R$ 1 bilhão em subsídios. Mais de 80% desse montante devem ser destinados à Geração Distribuída e às fontes incentivadas, com destaque para a energia solar, que tem ganhado espaço nas áreas urbanas e rurais do estado.